Boa 100rveja-Feira…. com Sans Frontiere

 

Cerveja e ingredientes da harmonização antes da festa

Esta semana vamos quebrar, ou melhor, beber a fronteira dos 100 artigos com a Sans Frontiere, presente dos meus grandes amigos do Beercast!

Produzida pela conhecida To Øl da qual já comentamos anteriormente no artigo da Sur Citra e Sessions : Sesson.

Como já falei da cervejaria antes, vou aproveitar para deixar meu lado acadêmico falar mais alto e comentar algumas estatísticas destes 100 artigos.

Começando pelos estilos foram 49 estilos diferentes, ou seja, um estilo novo a cada duas semanas em média. O estilo mais presente nas colunas foi o American Pale Ale com 10 textos (10%), seguido pelo Saison/Farmhouse Ale com 8 (8%). Uma curiosidade é que estilos comuns como Porter, Helles, Tripel, Brown Ale, German Pils dentre outros aparecem somente uma vez, enquanto estilos como Sem Álcool, Spiced Beer e India Black Ale aparecem mais de uma vez.

Quando vamos avaliar as nacionalidades das cervejas os dois primeiros lugares são meio óbvios, Brasil com 29 textos e EUA com 21. O interessante vem na seqüência, onde Bélgica e Dinamarca ocupam empatados o terceiro lugar com 8 textos cada e Inglaterra e Canadá empatam no quarto lugar com 7 textos cada. A lanterna fica por conta da Nova Zelândia, o país que teve uma coluna filha única.

Sans Frontiere

2016.01.29 Sans FrontiereDados Técnicos:

Cerveja: Sans Frontiere
Estilo: Belgian Pale Ale
Teor: 7%
País de origem: Dinamarca
Embalagem: 750 ml
Nota: 4

Ao servimos encontramos uma cerveja em tom de ouro velho, levemente opaca e com espuma de bolhas muito pequenas e persistente.

No aroma temos em primeiro plano as notas de malte, cítrico com toque de laranja, frutas amarelas maduras como damasco e manga e um toque alcoólico discreto, enquanto que em segundo plano encontramos a presença de notas de pinho, condimentos e um toque selvagem que remete a suor.

Ao provarmos a Sans Frontiere vemos que se trata de uma cerveja de corpo médio alto e média carbonatação, enquanto que no sabor vemos o malte levemente adocicado surgir em primeiro plano acompanhado pelas notas de damasco, manga madura e mel. Em segundo plano encontramos a presença de um leve adstringente e um final salgado e seco.

No aftertaste o malte e o frutado saem do palco para darem espaço para as notas selvagens trazidas pela segunda fermentação feita com Brettanomyces. Encontramos notas levemente salgadas, adstringente e couro.

A Sans Frontiere é uma cerveja com inicio maltado e frutado que nos leva a crer que se trata de uma Belgian Pale Ale comum, mas seu final seco, selvagem e levemente salgado a tira do meio comum e demonstra que a To Øl sabe inovar sem perder o equilíbrio da cerveja.

Para a harmonização… bem, se trata da harmonização da centésima coluna. Então desta vez trouxe um convidado para a cozinha para me ajudar a preparar a receita. O Lucas de Oliveira, participante do Masterchef Brasil e meu amigo, aceitou o convite para me ajudar na harmonização.

2016.01.29 Sans Frontiere Bro

Eu, Lucas de Oliveira e a churrasqueira, três amigos de longa data.

Pensando no perfil frutado inicial e selvagem ao final que a cerveja nos apresenta, vamos buscar algo que possa se aproveitar destes dois momentos.

Proponho um hambúrguer caseiro acompanhado de chutney de manga. O inicio da cerveja com notas de malte adocicado e frutado irá salientar ainda mais a presença frutada e condimentada do chutney de manga, que continuará a ser destacado quando as notas mais salgadas e selvagens da cerveja surgirem, porém desta vez ressaltando também o sabor do bacon e da carne.

2016.01.29 Sans Frontiere Harmonização

Hamburguer caseiro, bacon crocante, queijo, chutney de manga e maionese caseira

E não poderia terminar esta coluna sem agradecer ao Lucas por fazer este chutney (e me dar a receita), ao pessoal do Beercast Brasil pelo espaço e pela amizade e a todos os leitores da coluna, que me incentivam a continuar estudando, bebendo e escrevendo.

Prost!!!

Fabrizio Guzzon