Boa Cerveja-Feira #342… Brasa

Esta semana iremos entender como funciona uma transformação, vendo uma stout ascender a algo novo, com a Brasa.

A Brasa é produzida pela Tábuas Cervejaria, de Barão Geraldo, uma cervejaria de pequeno porte que desde de seu início sempre me surpreendeu pela qualidade de duas criações.

Na coluna 306 eu dei a dica de um podcast semanal de política internacional, o Xadrez Verbal.

Para aqueles que pensaram em acompanhar e se assustaram com a duração do programa, irei trazer uma opção mais curta, porem diária, de informação sobre política internacional. O Petit Journal é um podcast diário com uma duração entre 10 e 20 minutos via de regra.

O podcast é conduzido por Tanguy Baghdadi e Daniel Sousa, ambos professores com vasto conhecimento a respeito do tema, e para quem gosta indico visitar o site e se inscrever nas aulas online que eles estão ministrando gratuitamente sobre diversos temas.


Brasa

BrasaDados Técnicos:

Cerveja: Brasa
Estilo: Russian Imperial Stout
Teor: 11,3 %
País de origem: Brasil
Embalagem: 473 ml
Nota: 4,00

 


Ao servimos a Brasa apresenta uma bela formação de espuma, marrom e com bolhas uniformes, densa e persistente. A cor negra brilhante da cerveja é completamente opaca.

No aroma encontramos as notas de café e tosta em primeiro plano, com uma suave presença adocicada de baunilha. Em segundo plano encontramos a percepção de cacau, avelã e um agradável toque licoroso.

Ao provarmos a Brasa encontramos uma cerveja de corpo algo e carbonatação média baixa. Já no paladar somos apresentados a uma complexidade maior, as notas são equilibradas e trazem tosta, café, avelã, suave amadeirado e baunilha e percepção de avelã acompanhados por uma textura aveludada e um final aquecido.

O aftertaste perde um pouco da presença do café e salienta as notas de chocolate amargo e avelã, aliado a um aquecimento pungente e percepção alcoólica na garganta.

A Brasa é uma stout que usa os adjuntos sem exagero, e isso nos fornece uma stout que não esconde seus atributos originais e ainda agrega novas percepções. Diferente do conceito das pastrys aqui temos uma stout que mesmo com a inclusão de avelã e baunilha ainda se mantem muito próxima ao conceito do estilo.


Nas últimas harmonizações eu tenho fugido um pouco das opções de sobremesa, mas talvez para este rótulo seja interessante pensar em uma opção como esta. Mas vamos fugir dos cremes de avelã industrializados, afinal este rótulo merece mais que isso.

Minha sugestão é harmonizarmos com torrones de avelã. Mesmo sendo um tanto trabalhoso, o resultado deve ser muito bom, afinal iremos destacar ainda mais as notas de avelã da cerveja e o mel presente na sobremesa irá conversar bem com a percepção de baunilha e amadeirado da cerveja.

Prost!

Fabrizio Guzzon