Esta semana temos uma cerveja que colocou a modestia de lado e apresenta um liquido que representa seu nome com a The Best Brewjob Ever.
Esta cerveja é produzida pela Freigeist Bierkultur, uma cervejaria que contamos um pouco da história quando falamos da Pimock e da Hoppeditz.
E seguindo a linha das outras cervejas desta cervejaria que já falamos nesta coluna, esta é uma cerveja que trás um estilo um pouco menos difundido e mesmo assim com alguns toques pessoais no processo. Neste caso a Freigeist usa um processo de decoccção, usado em cervejas que levam mais malte como doppelbock, e para garantir que ainda seja mantido o drinkability eles adicionaram açúcar demerara.
E para quem olha esta adição de adjunto e pensa que isso não seria possível na Alemanha, Sauer o mestre cervejeiro afirma que a lei da pureza é uma lei artificial e quem deve definir o parametro da criatividade dos produtores é o consumidor.
The Best Brewjob Ever
Cerveja: The Best Brewjob Ever
Estilo: Imperial Alt
Teor: 11,0%
País de origem: Alemanha
Embalagem: 330 ml
Nota: 4,00
No copo vemos que a cerveja se apresenta em tom castanho escuro com nuances rubros, brilhante e com espuma levemente bege com boa formação e qualidade.
No aroma encontramos notas de caramelo, toffe e licor de cacau, em segundo plano temos a percepção de malte, pão australiano, suaves notas de defumado e melaço.
Ao provarmos notamos que a The Best Brewjob Ever apresenta corpo alto e baixa carbonatação, enquanto que no paladar temos uma percepção aveludada incrivelmente notável e agradável acompanhado por um toque licoroso levemente adocicado com notas de toffe e leve herbal, em segundo plano o malte e o caramelo surgem de maneira mais discreta.
O aftertaste traz a presença de amargor herbal mediano bem inserido e acompanhado pelas notas licorosas com caramelo e toffe com um final defumado e adocicado.
Cerveja potente e aveludada, muito saborosa com inicio adocicado e licoroso e final com amargor herbal bem pontuado.
Como temos uma cerveja alemã em pauta que potencializa as principais qualidades do estilo e ainda agrega alguns toques que irão nos ajudar na harmonização com um prato bastante conhecido na culinária alemã.
Minha sugestão é harmonizar com joelho de porco regado com cebolas caramelizadas, o teor alcoólico da cerveja irá limpar a untuosidade do prato e a cebola irá destacar as notas de adocicadas e herbais da cerveja.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Muito bom Guzzon. Apesar do nome dúbio pornô dessa cerveja 😀 gostaria de prová-la. O Flavio postou uma foto dela também no Instagram recentemente. Imperial Alt é algo que parece exótico. Mas a impressão que fiquei é que a Alemanha está passando a mesma fase que a gente. Muitas cervejarias artesanais, brewpubs e bares com pegada americana. Subverter os clássicos parece ser o estilo mundial. 4 tampinhas quer dizer que deve ser bem boa, hein? Só que apesar da cerveja da desposada, cê foi tradicional na harmonização :D. Bem legal o texto, parabéns.
Grande Anselmo,
A breja é muito boa… me surpreendeu pela qualidade. A escola alemã preza muito mais pelas notas da materia prima (maltes, leveduras e lúpulos) e neste caso os maltes usados trazem notas muito destacadas muito boas.
Esta cervejaria é uma que esta subvertendo a lei da pureza usando estilos mais antigos que a própria lei, como o Gose, trazendo de volta estilos muito particulares e dando um toque pessoal aos já comercializados, mas mantendo bem forte a identidade regional.
Por sinal, creio que o cervejeiro deles estava em São Paulo estas semanas atrás com o pessoal da WBeer… talvez venham alguma colab com alguma nacional…
Abç
Guzzon