Prontos pra continuar a viagem?
Hoje vamos conhecer um pouco da cidade de Sedan, na França, e viajar até o Auberge de Poteaupré, que pertence à Chimay, já novamente na Bélgica.
Se você chegou agora na nossa viagem cervejeira, não deixe de ler a parte 1 (Amsterdam), parte 2 (La Trappe e Achel) e parte 3 (Rochefort e Orval).
Acordamos na terça-feira, 24 de março de 2015 em Sedan, França. Na noite anterior aproveitei para pesquisar um pouco sobre e a cidade na internet e descobri que lá existe um enorme castelo, o Château Fort de Sedan, que é o maior castelo fortificado da Europa. A construção começou no século 11 e foram expandindo o forte ao longo dos anos. Lá dentro hoje funcionam um museu e um hotel! Dá pra ficar hospedado dentro do castelo. Achei demais isso. Pena que eu não vi antes, porque teria sido muito legal. Mas acho também que saía um pouco do orçamento.
Ao redor do castelo ficam algumas casas e prédios antigos, típicos, e no térreo de um deles, a Brasserie Artisanale du Château Fort. Na vitrine estava escrito “Fabrication de Bieres”. Qual a minha decepção quando vi que o lugar estava fechado, pois ainda era manhã. Que vontade de tomar uma cerveja artesanal feita na frente do castelo!
Decidimos não fazer a visitação, pois tínhamos 65 km para fazer antes do almoço, na Chimay.
A viagem foi bem tranquila e chegamos um pouco antes do meio-dia no Auberge de Poteaupré (Rue de Poteaupré 5, 6464 Bourlers, Bélgica). Esse restaurante/loja/museu/hotel pertence à Abadia Notre-Dame de Scourmont, responsável pela fabricação da Chimay e da cerveja da Mont Des Cats, apesar de não citarem isso em lugar nenhum.
Pedimos de entrada uma degustação das 4 cervejas da Chimay (na pressão!) acompanhadas de 4 queijos próprios deles.
O atendimento no local é bem prestativo, apesar do pouco inglês falado pela garçonete.
Logo em seguida chegaram nossas massas à carbonara. Meu estômago está roncando enquanto escrevo isso, então desculpe se o seu também estiver reclamando. Mas estava bom demais! Um prato gigante pra cada um, a Tai quase não conseguiu terminar o dela. Não sei como os europeus conseguem ser tão magros com comida tão boa e em quantidade.
O preço, assim como na La Trappe, não é o mais barato, mas aquela justificativa caiu bem aqui de novo: “quando vamos voltar?”
Depois que enchemos a barriga fomos para o quarto descansar. Sim, porque ficamos hospedados no hotel dos monges e foi legal demais! Era fora de temporada, então a diária custava 75 euros sem café da manhã (na temporada é 95 se não me engano). Esse foi o único hotel que eu paguei o café da manhã (10 euros por pessoa). Queríamos a experiência completa. Para reservar o hotel troquei emails com a Coralie Vereecke no poteaupre@chimay.com e no reservation@chimaygestion.be.
O quarto era enorme. Você abre a porta para uma salinha e dá de cara com um armário grande em frente, uma porta na esquerda e outra à direita. A da esquerda era um banheiro gigante com banheira e a da direita era o quarto, com cama, TV, aparelho de som e um frigobar estocado com Chimay (Rouge – 2,90, Tripel – 3,40 e Bleue – 3,80) e outras coisas que não importam – tem Chimay!!!
O albergue, assim como o mosteiro, fica numa região bem isolada. Nenhum vizinho, área rural. Muita calma e paz.
Depois de descansar um pouco descemos na lojinha da Chimay. Tem muita coisa legal com a marca, desde avental de cozinha (levei um) até os queijos deles (já garantimos a janta ali). Tem também o Chimay Experience, onde você paga algo como 5 ou 10 euros (acho que era 5 mas esqueci) e entra num mini-museu.
Lá eles contam a história da abadia, mostram o processo cervejeiro e de produção de queijo. Tem garrafas e copos antigos, maquete da abadia e no fim você ganha uma degustação.
Mas o mosteiro não fica junto ao hotel. Saímos do museu e fomos lá visitar a abadia, que não fica tão longe, mas que para ir à pé na chuva não vale a pena.
Não tinha nada dizendo que não podia entrar, então fomos chegando. No hall de entrada demos de cara com um monge e perguntamos se poderíamos visitar a igreja. Ele sorriu e disse que sim. Os monges são muito gentis e bondosos. Saímos no jardim interno do mosteiro e fiquei com a impressão de que em alguma daquelas portas dos prédios em volta deveria estar a cervejaria.
Apesar de maior que a igreja da Rochefort, novamente nessa as paredes eram todas brancas e sem nenhuma imagem de santo. Tudo bem simples, como manda o “ora et labora”.
Na saída passamos em um lojinha minúscula do mosteiro que vendia artigos religiosos e a Tai queria comprar mais umas lembranças pra família. Nessa loja você nem precisava passar no caixa, tamanha a confiança dos monges. Tinha uma caixinha de metal que você paga o que pegar. Só que não sabíamos e nisso chegou o monge lá pra ver se precisávamos de ajuda, então a Tai pagou pra ele, não antes de pedir para ele abençoar tudo. Só levem o dinheiro contado porque eles não tem troco.
Antes de voltar pro hotel demos uma volta nos arredores e passamos por um restaurante chamado Ferme de 4 Saisons. Estava fechado e não sei se abriria aquele dia, mas me pareceu uma boa pedida. Acho que deve abrir de noite, quando o restaurante do albergue fecha.
Por ser fora de temporada, o restaurante fechava pelas 17h, se não me engano. Tínhamos pão do dia anterior e compramos queijo Chimay para jantarmos, acompanhado das cervejas que estavam no frigobar.
Como o restaurante fecha, não tem recepção do hotel aberta à noite. Eles deixam uma chave da porta lateral com os hóspedes, pra que não ficássemos trancados fora de casa. Essa porta dá direto pros quartos, sem acesso ao restaurante.
Dormimos uma noite muito tranquila, mas era meio bizarro olhar pra fora depois que escureceu, porque não tinha nada perto e praticamente não passava carro na estrada. Tudo bem isolado e sem internet (o WiFi deles não estava funcionando).
No dia seguinte tomamos um café da manhã trapista reforçado. Valeu a pena o investimento. Isso ali da foto é o que vem no seu prato, mas tem mais uma mesa grande com outras opções como frutas, ovo, pão, etc.
Depois disso continuamos viagem. Próxima parada: Mont des Cats. No próximo post eu continuo os relatos, mas já vou adiantando que nesse dia zeramos a vida! Então não deixem de voltar na 5a que vem.
Valeu!
Cervejas relacionadas
No Auberge de Poteaupré
- Chimay Doreé
- Chimay Rouge
- Chimay Tripel
- Chimay Bleue
Trajeto do dia
Show de bola seu relato!!
Vou passar por Chimay no próximo mês e vou pegar sua dica do castelo de Sedan, que fica bem pertinho e parece ser incrível.
Valeu!! Abraços!!
Fábio
Opa! Legal, Fábio.
Depois volta aí e conta o que achou!
Abraço!
Se tem uma coisa que não entendo bem são esses lugares cervejeiros que não abrem pela manhã, como você disse sobre a Brasserie Artisanale du Château Fort.Turistas estão disponíveis a qualquer hora do dia, não é?
Acho que esse esquema de se hospedar com os monges e visitar a Chimay deve ser o melhor de todos. Sem ter reservado pela internet, você conseguiria ficar por lá?
Muito legal a viagem e os relatos Daniel, tenho certeza que será muito útil pra quem estiver se preparando para viajar.
Fala Anselmo!
Putz, essa da cervejaria do forte fiquei na vontade mesmo. Abria às 11h, mas se fosse pra esperar até essa hora a gente perdia o almoço na Chimay.
E como era fora de temporada, muita coisa abria um pouco mais tarde ou fechava um pouco mais cedo. Poucos turistas, principalmente em dia de semana.
Acho que se eu tivesse chegado lá na hora pra pedir um quarto no albergue não teria conseguido. Quando fiz a reserva ela me falou que só tinha um quarto disponível ainda. Tem poucos quartos lá, mas mesmo assim na hora acho que só vi um outro casal hospedado. Talvez fosse migué pra eu garantir logo a reserva tbm.
Valeu!
Bem legal esse relato, das 4 partes já publicadas foi a que mais gostei. Acho muito legal esse tipo de experiência imersiva.
Valeu, Alex!
Que bom que curtiu, cara. Espero que o próximo goste ainda mais.
Abraço!
Daniel,
Frigobr com Chimay é um luxo… eu ainda quero ter essa experiência…
E essa ambiente de isolamento da abadia me parece ser bem bacana.. eu curto esse tipo de viagem, para locais mais ermos.
Os relatos da viagem estão muito bacanas, principalmente dando todas estas referências.
Abç
Guzzon
Valeu, Guzzon!
Confesso que às vezes eu sentia vontade de largar tudo e me isolar num mosteiro daqueles. É uma vida bem simples e isolada. Ainda mais se der pra fazer cerveja hehe
Abraço
Boa Daniel,
O legal do seu guia que vc não fala só das cervejas mas de toda experiência em torno disto. O impressionante que a Chimay é tão cara por lá, praticamente o que a gente paga aqui.
Abraços
Valeu, Luquita!
Curti que vc falou sobre a experiência em volta da cerveja. Espero que ajude quem quiser repetir os destinos que visitamos.
Realmente os preços das cervejas eram um pouco mais caros do que em outros lugares, mas era preço de bar. O valor da cerveja na geladeira do quarto era o mesmo do restaurante. Nos mercados já acha por volta de 1 euro fácil.
Mas ainda assim é menos da metade do que eu pago numa Chimay aqui em floripa. Tem saído por volta de 25 a 30 reais uma no mercado. No bar então nem se fala.
Abraço!