Esta semana vamos descobrir o motivo daquele mongezinho careca estar rindo no rótulo, com a Abt 12.
Esta conhecida cerveja é produzida pela Brewery Sint Bernardus, atuando desde a década de 30. E o monastério de St Bernardus, além de produzir cervejas, também é um produtor de queijos a mais de meio século.
Em 1945 a cervejaria St. Sixtus, produtora da Westvleteren, optaram por deixar de produzir cerveja e deixaram a receita com o monastério de St. Bernardus. Em 1992 a St. Sixtus decidiu voltar a produzir a Westvleteren e com isso a St. Bernardus mudou o nome da cerveja e rebatizou com o nome do monastério.
Hoje é possível dizer que a Abt 12 é a cerveja mais próxima, para não dizer a mesma, que a famosíssima Westvleteren 12.
Abt 12
Dados Técnicos:
Cerveja: Abt 12
Estilo: Quadrupel
Teor: 10%
País de origem: Bélgica
Embalagem: 330 ml
Nota: 5,00
A Abt 12 se apresenta castanha escura, com reflexo rubi, brilhante e praticamente translúcida. A espuma se forma bege clara com formação abundante e de qualidade. Mesmo baixando relativamente rápido ainda se mantem cobrindo todo o líquido.
O aroma apresenta notas frutadas com banana passa, ameixas secas e tâmaras secas, seguindo pela percepção de caramelo, toffe e notas de melaço. Em segundo plano encontramos uma discreta percepção alcoólica que remete a licor de cassis.
Ao provarmos vemos que a Abt 12 tem corpo alto e carbonatação médio baixa. Enquanto que no paladar o dulçor frutado marca o inicio, trazendo percepção de ameixas e tâmaras, seguido pela inclusão de notas de açúcar queimado e toffe ao paladar. Em segundo plano encontramos suaves notas de condimento e malte tostado.
O aftertaste mantem as percepções frutadas do paladar, porem acrescenta um aquecimento agradável, com notas de licor de cassis e um final levemente condimentado que remete a anis e alcaçuz.
A Abt 12 é uma cerveja complexa com uma ampla gama de aromas e sabores, trazendo o espírito da escola belga em sua plenitude em sua elaboração.
Enquanto provava a cerveja ficava imaginando como harmonizar uma cerveja com tantos aspectos.
Minha sugestão é harmonizar com algo que também saia do padrão, e no caso minha sugestão é harmonizar com uma costelinha de porco com melaço. Vamos substituir o barbecue pelo melaço com cebola salteada.
O intuito é usar o toque do melaço para realçar ainda mais o dulçor frutado e toque de caramelo da cerveja, enquanto as notas de anis e alcaçuz irão realçar o sabor da carne de porco.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Guzzon, tenho uma Westvleteren 12 e outra 8 guardadas aqui há alguns anos. Se possível ainda vou abri-las junto com as St Bernardus. Acho que o grande destaque de todas elas, fora mística, ainda é a complexidade. Vamos ver quanto ainda consigo esperar pra prová-las.
Grande Anselmo,
Sem dúvida a grande pegada destas cervejas é a complexidade delas. São muitos aromas e sabores… você demora para terminar de beber por que é muita coisa para perceber na cerveja.
Conforme a cerveja aquece novos aromas são desprendidos e as notas no paladar trazem novos nuances, é fantástico isso…
Abç
Guzzon
Fala Guzzon!
Cara, excelente cerveja e não é difícil de encontrar por aqui, o que é uma grande vantagem.
Já fiz uma análise dela ao lado da W-XII e não são iguais. Dá para sentir diferença. Dizem que a Westvleteren alterou a receita, no mínimo a levedura. Eu chutaria que a St Bernardus deve ser o mais próximo da wesvleteren original, antes de 1992.
Também tomamos a Rocheford 10 e a Kuvee van de Keizer blauw no mesmo encontro. Foi uma sessão bem interessante =)
Abraço
Grande Daniel,
Eu provei a W-XII faz um bom tempo…. e foi uma taça compartilhada….rsrs
Mas acredito que com a volta da W-XII para a abadia original, eles devem ter mexido em algo para não ficar igual mesmo.
E fazer uma sessão com a Roch 10, Kuvee, W-XII e St Bernardus é uma tremenda sessão de degustação… e pelo teor delas, é para acabar bem alegre…. rsrsrs
Abç
Guzzon