Esta semana vamos entrar em uma rua a cento a vinte por hora para provar a Condessa D’Augusta.
Produzida pela paulista cervejaria Noturna, fundada em 2012 com o intuito de produzir cervejas saborosas, marcantes e com personalidade. Uma curiosidade é que o nome da cervejaria Noturna vem do horário das brassagens realizadas pelo seu fundador Luciano Silva.
A Condessa D’Augusta foi produzida para comemorar o aniversário de 140 anos da Rua Augusta, e como uma boa Saison traz o espírito da inovação belga com a adição de sálvia, alecrim e tomilho em sua receita.
Como o motivo da produção da cerveja foi a Rua Augusta nada mais justo que falar da mesma, que tem registro de existência desde 1875, a rua surgiu quando começaram a criar caminhos entre o bairro da Bela Sintra e a Rua da Real Grandeza (hoje conhecido como Avenida Paulista). Estas trilhas começaram a receber bondes puxados por burros e depois da implantação da energia elétrica, os bondes elétricos e tinham grande movimentação. Na década de 60 a 70 era um ponto de concentração de jovens, com motos, carros envenenados (para quem se lembra da musica “Rua Augusta”), discotecas e outros estabelecimentos. Além de outra característica bastante reconhecida ainda nos dias hoje para quem busca entretenimento adulto.
Um ponto interessante é que o nome Rua Augusta não é uma referência a uma pessoa e sim um título ou adjetivo dado pelo responsável por abrir a trilha, que por sinal, foi o mesmo que batizou a atual Paulista de Rua da Real Grandeza.
Condessa D’Augusta
Cerveja: Condessa D’Augusta
Estilo: Saison
Teor: 6,0%
País de origem: Brasil
Embalagem: 310 ml
Nota: 3,25
Ao servirmos a Condessa D’Augusta vemos uma cerveja amarelo palha, opaca e com espuma branca, densa e persistente.
No aroma as notas cítricas são as primeiras a serem notadas remetendo a abacaxi e manga, em segundo plano o malte, condimentos e uma nota levemente adstringente.
Ao provarmos notamos uma cerveja de corpo baixo e carbonatação mediana enquanto que no sabor as notas cítricas se mantêm em primeiro plano, acompanhadas por um amargor de casca de laranja, uma acidez equilibrada e notas adstringentes e condimentadas suaves.
No aftertaste as notas adstringentes e a acidez se tornam ainda mais persistentes, encobrindo a percepção cítrica e encontramos um final seco, adstringente e suavemente condimentado.
A Condessa D’Augusta se apresenta uma cerveja leve, com notas adstringentes pronunciadas e percepções frutadas intensas ao inicio da degustação e trazendo um amargor de casca de laranja que persiste agradavelmente.
Para a harmonização vamos buscar algo que não sobreponha a leveza da cerveja que ressalte as notas que encontramos nela.
Para isso eu proponho um Fettuccine ao limone, a massa e o molho branco vão permitir que o sabor da cerveja continue sendo bem percebido e as notas ácidas e o amargor de casca de laranja vai salientar ainda mais o sabor mais ácido no molho.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Fala Guzzon,
Muito bom o texto.
Sobre a cerveja não tem nada a ver com a que eu tomei. Acho que peguei o mesmo lote do Luquita, pois era uma marguerita líquida. Manjericão, orégano e só. Não consegui terminar a garrafinha sozinho. Se pegar um preço muito bom talvez de outra chance pois fiquei curioso com sua avaliação, mas antes tem que esperar passar o trauma.
Diz a lenda que a tal da picada levava os que passavam na Rua da Grandeza Real até uma casinha, aonde a Dona Augusta morava com suas sobrinhas e primas vindas de outros bairros e do interior. Como elas tinham medo do breu das noites paulistanas, Dona Augusta instalou uma luzinha vermelha na porta da casa. O responsável pela trilha só homenageou a dona da casinha.
Grande André,
Valeu, se encontrar a breja em promoção tente novamente, ou chame um amigo para dividir se estiver igual a primeira… rsrs
E muito legal esta lenda sobre a D.Augusta… vou ter que dar um pulo por lá perguntar nas casas que tem luz vermelha perto da porta se já morou alguma Dona Augusta por lá…. rsrsrs
Abç
Guzzon
Fala Guzzon, bem legal a história da Augusta, sempre tive curiosidade mas nunca fui atrás pra saber. Não entendi bem a parte de ser um título mas a dúvida maior é, quem foi a primeira puta da Augusta? Rs…
Cara eu sei que antes da fusão das 3 cervejarias, que hoje formam a Dogma, as cervejas sofriam bastante de lote para lote. Para você ter ideia, eu tomei uma Condessa totalmente diferente da sua.
Quando degustei a cerveja exalava muito os condimentos, lembrando principalmente orégano, tomilho, manjericão e quase que toda pizza marguerita.
Lembro que em 2 ocasiões achei ela bem difícil de tomar uma garrafinha sozinho, em uma das vezes dividi, mas achei ela totalmente dentro da proposta com os condimentos sobressaindo bastante, algo que muitas pessoas esperam de uma Saison com adicionais.
Porém, por ela ser tão difícil de tomar e tão marcante, eu ainda quero ver alguém usando a cerveja para cozinhar, com ctz vai dar um toque especial.
Agora na vdd terei que tomar mais uma pra saber se mudou algo, enfim, abraços.
Grande Luquita,
O título é tipo em romano quando falavam “Augustus”… algo notável.
E eles devem ter tipo problemas para uniformizar os lotes, pq a cerveja que eu bebi tinha os condimentos bem mais suaves…
Quando a rua augusta… não sei qual foi a primeira puta… mas vou passar por lá fazer uma enquete… hehehe
Abç
Guzzon
Valeu a explicação e bora tomar outra pra ver ql vai ser a pegada.
Não me empolguei com a Condessa, Guzzon. Mas acho que principalmente por causa do preço. Tava cara como outras da Dogma e Noturna. Deve ter um lote vencendo na Cerveja Store porque baixaram o preço de R$ 20 para R$ 9,90. Por outro lado, aprovo novamente essa sua harmonização aí. O Fettuccine deve ter ficado muito bom, abração!
Grande Anselmo,
Comprei esta em uma promoção da Cerveja Store, um tempo atrás, estava valendo a pena. Mas por R$ 20,00, teria outras opções antes destas tbm.
É uma cerveja honesta que cumpre seu papel, mas ainda não é daquelas que você anota para comprar outra…
E o macarrão com molho limone vai bem com esta breja, pelo menos no lote que peguei que o citrico estava bem evidente.
Abç
Guzzon
Fala Guzzon!
A trilha sonora pra essa cerveja tem que ser Scarborough Fair! Porque só faltou a Salsa pra completar o “parsley, sage, rosemary and thyme…”
A Noturna ainda existe, ou virou Dogma junto com as outras duas?
Já passei na Augusta pelo menos uma vez, mas só de táxi. Imagino como deveria ser nos idos de 1875, só mato e um caminho estreito levando de uma ponta pra outra da cidade.
Sorte que já almocei, senão ia ter que procurar esse fettuccine em algum lugar.
Abraço!
Acho que essa é antiga Daniel. Hoje me parece que são todas da Dogma. E quem costumava só ir de táxi à Augusta era a Angélica quando morava aqui em São Paulo (reconheço que essa foi ruim, mas não resisti 😀 ).
Da próxima que vier a SP vamos fazer uma noitada, de bebedeira, na Augusta e ir ao Pescador onde o próprio criador da cerveja trabalha.
Grande Daniel,
A Augusta é bem bacana, mesmo o lado bom dela (o dos inferninhos) tem bares muito legais, com mesas de sinuca e poker, vale a pena conhecer.
E se buscar umas fotos de época vai ver que era isso mesmo, uma picada no meio do mato para levar de uma fazendo até outra…
Como o Anselmo falou, estão como Dogma agora. E apoio o Luquita em fazermos um passeio cultural pela Augusta para você conhecer… rsrsrs
Abç
Guzzon