Algumas semanas atrás falei sobre o uso de adjuntos na cerveja e como isso pode ser um atalho e como pode ser diferencial. Novamente irei trazer uma cerveja que faz do uso do adjunto uma ferramenta para cumprir um papel em uma linha conceitual. Aqui temos adjuntos pensados em representar culturas, e mais que isso, o uso da pokan e da baunilha do cerrado tem sinergia entre si e entre o estilo, comprovando que pensar no adjunto como parte de um cenário maior tende a trazer resultados muito satisfatórios.
Ni Dois
Dados Técnicos:
Cerveja: Ni Dois
Estilo: Russian Imperial Stout
Teor: 10,7%
País de origem: Brasil
Embalagem: 473 ml
Nota: 4,25
Aparência: Cerveja preta e fechada, completamente opaca. Espuma em tom bege intenso, com bolhas pequenas e boa formação, mas duração breve
Aroma: No aroma notas de chocolate e uma presença delicada de notas de baunilha. Em segundo plano notas de tosta, café e uma suave presença cítrica.
Paladar: Corpo alto e média carbonatação. Enquanto que no paladar temos uma complexidade que surpreende, começando pela percepção de café, chocolate e cítrico advindo da pokan, logo temos um cenário em segundo plano que agrega notas de baunilha, madeira, tosta e leve licoroso.
Aftertaste: O aftertaste apresenta o cítrico um pouco mais presente, mas agora acompanhado por leve amargor de tosta e notas de cacau, suavizando até restar um leve toque amadeirado de baunilha.
Harmonização: Por uma questão de conceito, irei manter a harmonização dentro do conceito nipo brasileiro da cerveja. Minha sugestão é harmonizar com Dorayaki com recheio de geleia de laranja, este doce japonês aceita diversos recheios e neste caso iremos destacar as notas cítricas de cerveja.
Prost!
Fabrizio Guzzon