Considerada um ícone no estilo Witbier, a Hoegaarden é uma cerveja obrigatória para se experimentar!
Aproveitando o gancho da semana passada, aonde abordei uma cerveja alemã que é símbolo do estilo Weissbier (apesar de sua receita original não ser uma Weiss), vou apresentar hoje para vocês outro coringa no mundo cervejeiro e desta vez na variação Belga do estilo alemão.
A cerveja Oud Hoegaarden, que depois perdeu o Oud e que por sua vez significa “De”, da cervejaria De Kluis (o mosteiro), está situada numa vila com o mesmo nome, na região de Flandres província de Brabant na Bélgica.
A vila ficou conhecida por ser o berço do estilo Wit, com registros que datam de 1445 da produção local de cerveja feito pelos monges da região que usavam Gruit ou Gruut, que é uma mistura de ervas e especiarias para esconder o sabor azedo das cervejas na época. Uma vez que o lúpulo ainda não era de uso comum, o Gruit era um dos principais ingredientes e, acredita-se, que assim a Wit tenha nascido. Seu auge neste tempo se deu no século 17, aonde provavelmente o uso das especiarias especificas se iniciou.
O estilo Witbier (Wit = Weiss) que é a forma Belga de se fazer cerveja de trigo, com a diferença de usar trigo não-maltado e ser temperada com semente de coentro, cominho e casca de laranja curaçao, acabou desaparecendo nos anos ’50, assim como as Weiss na Alemanha por causa da Guerra.
A Tomsin, última fábrica a produzir cerveja do estilo Wit fechou em ’57. Trabalhando na sua juventude na Tomsin, Pierre Celis guardou em sua memória a receita da cerveja e em 1965, quando era um leiteiro local, decidiu reproduzir a mesma em Hoegaarden.
Rapidamente a Hoegaarden se tornou um sucesso e infelizmente em 1985 a cervejaria sofreu com um incêndio. A cervejaria da Stella Artois se ofereceu para comprar 45% da cervejaria e assim ajudou a fábrica da Hoegaarden a se reerguer porém depois acabou se fundindo com Interbrew (atual InBeV) e isso fez com que a Hoegaardem passasse a ser controlada pelo Mega-conglomerado.
A Interbrew queria uma cerveja de padrão mais simples para atender a todo o mercado, Pierre Celis se recusou a atender o pedido e deixou a Hoegaardem para se aposentar. Em 2005 a Interbrew ameaçou fechar a Hoegaarden mas graça a greves na Bélgica e protestos por todo o mundo (por parte dos cervejeiros) ela voltou atrás e investiu na marca.
Fonte: Larousse da Cerveja, A mesa do Mestre-Cervejeiro, O Livro da Cerveja,
gostaria de me tornar um representante, vendedor desta marca em minha cidade.
alguém pode me ajudar?
Lucas, legal a matéria. A Witbier é uma variante dentro das cervejas com trigo. Graças aos belgas algumas receitas antigas quase desapareceram na época da tal lei da Pureza, que mais protegia o produto trigo e a produção de pão, gerando taxas abusivas aos “infratores” da lei, era a lava-jato alemã! kkkkk.
Eu já produzi algumas weiss, uma witbier “normal” e uma trocando ingredientes, usando lúpulo Citra e raspas de casca de limão siciliano. Ficou boa, mas fugiu do estilo…
E aproveitando o gancho da tua apresentação de perfil, onde comentas que espera faturar com cerveja, eu recomendo para quem gosta de cerveja, também depositar confiança no setor e aplicar em ações da AMBEV (ABEV3), sabendo o momento de entrar e sair, dá SIM para ganhar um dinheirinho e custear MUUUUITA cerva boa! Fica a dica!
Prost!
Tem outro post que eu exploro mais as Weiss em geral e valeu pela bela dica!
Show a matéria, muito boa a cerveja, esperamos que a Ambev não destrua a qualidade da cerveja.
Gilberto, não caia nessa bolha de achar que a AmBev destrói qualidade. No post você pode ver que desde ’85 a Hoegaarden já está sob domínio de uma grande cervejaria, o que tinha pra mudar da receita original já foi mudado e a gente gosta mesmo assim. Vide que há alguns anos atrás foi lançado uma Wit em homenagem ao cervejeiro Pierre Celis que seguia a receita original da Hoegaarden, muito mais ácida que o que tomamos atualmente.
Legal Luquita! Se não podemos agradecer a AMBEV pela qualidade desta cerveja, vamos ao menos louvar sua presença na prateleira de muitos supermercados a um preço razoável. Lembro que já cheguei a pagar R$ 2,99 pela Hoegaarden no Zaffari.
Pois é, bons tempos… paguei até menos já viu!
Puxa Lucas! Que show sua reportagem, muito profissional, parabéns!! Com certeza vou experientar essa old hoegaarden, fiquei com água na boca he he
abraços
Tony Gerber
Valeu Tony, muito obrigado por comentar, é muito legal ver os amigos prestigiando!
Ótimo texto Lucas.
Não tinha ideia que a cerveja pertencia a uma “das grandes”. Witbier é um estilo que gosto bastante.
E por sorte recuaram na ideia idiota de fechar a cervejaria.
Abraço mano.
P. S. Comprei a Orval… Vou tentar 5 anos… Já durou 5 dias.
Pois é Vinicius, por isso eu digo que não podemos aderir a campanha de “Eu não bebo AmBeV” pq tem muita coisa boa ali dentro, mas temos que ser específicos.
Se chegar a 5 semanas me avisa que te dou outra hahaha…
Muito bom o texto, vale lembrar que as wit eram cervejas feitas com os ingredientes feitos na região, essa regra de que wit tem que ter coentro e casca de laranja é bem recente. Como o estilo desapareceu durante alguns anos quando “re-criaram” ele com a Hoegaarden, se definiu essas características. Mas provavelmente existia centenas de outras especiarias que substituíam esses dois ingredientes antigamente de acordo com o produtor.
É vdd Leonardo, deixei esse detalhe de fora mas eu li sobre. Valeu por ler e curtir!
Grande Luquita,
Acho a Witbier um estilo muito legal, bem leve e saboroso e combina muito bem com o nosso clima.
Agora, da Hoegaarden eu prefiro a Hoegaarden Grand Cru.. provei a pouco tempo e achei uma delicia… é uma Strong Gold Ale que usa alguns ingredientes de Witbier como a laranja curaçao. Eu aconselho quem ainda não provou de experimentar… apesar de fazer isso com todas as cervejas…. rsrsrsr
Abç
Guzzon
Também gosto mais das outras Hoegaarden Guzzon mas a Oud é coringa né!
Lucas, sim a Oud é “pau para toda obra”, é uma cerveja que se encaixa em muitas situações. É uma breja para ter na geladeira, vai fácil no dia a dia.
Abç
Guzzon
Luquita sempre com seus textos excelente.
Parabéns pela coluna e continue alimentando nossa sede de conhecimento.
Valeu Derly, em breve trarei mais curiosidades ótimas!
Legal as curiosidades das cervejarias. Sempre bom saber a história daquilo que gostamos.
Só diria que faltou ensinar a gente a pronunciar “hoegaarden”.
Não tenho certeza, mas acho que é algo como “Rú – rhaar – den”. O “rh” é pra ser aquele som de “g” com a garganta comum do holandês e alemão.
Abraço!
Valeu Daniel e lá no texto aonde está escrito “Oud Hoegaarden”, se você clicar poderá ouvir a pronúncia. Desta vez eu só não destrinchei a palavra pq não tive orientação de ninguém pra isso, rs… abraços!