Esta semana iremos falar de um caso claro de cerveja endêmica, a Kriek Boon é uma Fruit Lambic e como todas as Lambics sua fermentação é espontânea. E esta fermentação é realizada por uma série de leveduras e bactérias, mas as características mais marcantes vêm da levedura do gênero Brettanomyces.
E quando falamos que cerveja endêmica, é pelo fato de que as Lambics e os demais estilos correlatos como Gueuze e Fruit Lambics foram originadas na região do Vale do Rio Senne, por conta da composição de leveduras e bactérias presentes na região.
Falando especificamente da Kriek Boon, ela é feita pela Boon Brewery da vila de Lembeek em barris de carvalho e para a composição desta cerveja são misturadas duas idades de cerveja, uma mais antiga e por conseqüência com notas sensoriais mais presentes e uma mais nova para agregar a carbonatação e após isso são inseridas as cerejas ainda inteiras e levemente maceradas, para uma segunda fermentação.
Um fato curioso é que a cervejaria usa cerca de 250g de cereja para cada litro de cerveja produzido.
Kriek Boon
Dados Técnicos:
Cerveja: Kriek Boon
Estilo: Fruit Lambic
Teor: 4,0%
País de origem: Bélgica
Embalagem: 375 ml
Visualmente encontramos uma cerveja vermelho rubi intenso com uma leve opacidade e uma espuma levemente rosada e com bolhas pequenas.
No aroma as notas de cereja em calda são as primeiras a serem notadas, trazendo um tom quase adocicado, porem logo temos a percepção das notas ácidas e rústicas da Lambic que remetem a couro e suor surgindo em segundo plano.
No paladar temos um liquido leve e de média carbonatação, com um paladar muito equilibrado entre o dulçor frutado da cereja e a acidez da lambic, as notas de cereja em calda se destacam no inicio, porem logo temos o crescimento das notas mais ácidas e animalescas com um final seco, frutado, ácido e levemente azedo.
O amargor é praticamente inexistente nesta cerveja.
Esta é uma cerveja complexa, e mesmo sendo ácida é refrescante com notas de cereja muito presentes, porem com a presença das notas animalescas e de couro em segundo plano.
Para harmonizar esta cerveja com notas frutadas e ácidas vou sugerir um foundi de chocolate branco, porem sem o uso de frutas pois este será o papel da kriek boon: entrar com todas as notas ácidas e levemente doces para compor o sabor. No lugar das frutas vou usar um pão doce cortado em cubos para ser colocado no founde.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Doces recordações: http://beercast.com.br/programas/cerveja-kriek-boon-especial-de-ano-novo-beercast-34/
Anselmo,
Ótimo programa esse… nessa época estava na minha peregrinação pelos EUA, que por sinal foi onde eu bebi essa breja e tirei a foto… lembro que este programa e mais uns 2 eu nem cheguei a comentar…
Abç
Guzzon
Finalmente uma cerveja aqui que eu já tomei hehe.
Realmente a prineira Lambic a gente não esquece e essa foi a minha primeira também. Por ser uma das preferidas da minha namorada, de vez em quando voltamos a ela. Inclusive tenho uma envelhecendo em casa.
Acho bem gostosa e vou tentar provar com chocolate branco a próxima vez.
Já provei também a versão L’Ancienne (não sei se escreve assim) e o dulçor já não existe nessa. Bem azedinha, quase amarra a boca, mas bem gostosa também.
Abraço!
Daniel,
Faça o teste com chocolate branco, é uma das harmonizações mais usadas para a Kriek Boon, e não precisa enfeitar tanto como eu fiz no texto… rsrsrs…. um tablete de chocolate branco faz a vez muito bem.
Abç
Guzzon
Grande Guzzon, uma cerveja perfeita e muito boa… para quem gosta do estilo rs.
Ótima dica de harmonização também!
Valeu Luquita!
Acho essa breja uma Lambic das mais suaves e com um chocolate branco em mãos você consegue uma harmonização bem legal, ótima para agradar as namoradas e esposas.
Abç
Guzzon
Ah… a primeira Lambic a gente nunca esquece!!! hehehe
Não sei se o Ricardo e o Anselmo irão lembrar, mas a primeira vez que degustei foi no Empório Adega Pelotas, em uma degustação com o pessoal da Bier&Winne importadora… se não me engano no ano de 2009 ou 2010…
Ta ai uma cerveja que eu gostaria de relembrar. Boa Guzzon!
Renato,
E é isso mesmo, normalmente a primeira Lambic que a gente prova são as mais conhecidas e a Kriek Boon, se não me engano é a mais conhecida.
É uma cerveja muito boa, saborosa e diferente do que a gente esta normalmente acostumado, mas eu já notei que os cervejeiros dos EUA andam com uma tara pela Brettanomyces, então essas notas estão começando a aparecer em outras cervejas.
Abç
Guzzon
Verdade, acho que tem um pouco da questão de fazer tudo ao extremo, como só eles conseguem… exagerando em tudo! hehe
Bebi essa antes de saber o que era uma lambic.
O aroma da cerveja eu amei… o começo do gole, sensacional…
aí as sensações das lambics que você descreve ali…
É uma boa cerveja, mas lambic é uma coisa que eu ainda tô apanhando pra apreciar direito.
Boa dica Guzzon, valeu.
Vinicius,
Lambic é um estilo com notas bem particulares, quem prova pela primeira vez estranha mesmo.
Mas a Fruit Lambic ainda tem a ajuda das frutas…. uma Lambic pura com tempo de maturação alto é ainda mais “agressiva”… esquece todo o aroma frutado, dulçor etc… ela é aroma de suor, couro e estabulo na cara e o sabor na mesma linha, quase sem carbonatação, azedo, ácido… é uma paulada.
Mas é legal começar com estas, partir para algumas de maturação mais jovem, com até seis meses e depois ir para estas mais pancada..
Abç
Guzzon
Sim sim.
Tive essa experiência com a Boon Mariage Parfait Lambic Oude Geuze.
Coisa horrível u.u
hahaha
Huahua…. é bem por ai Vinicius. A breja é uma pancada sensorial, muitas notas que estamos acostumados a vincular com qualquer coisa que não seja comestível.. rs
Abç
Guzzon