Trapista é uma ordem monástica, que produz cervejas que são obrigatoriedade de se beber pelo menos uma vez, gostando ou não, pelo fato de sua importância no mundo cervejeiro e a sua fama, principalmente se tratando da Westvleteren! (Vestir o que?)
Primeiro, me desculpem por semana passada deixar vocês sem a coluna de nerdices mas, assim como o Anselmo disse a muitos, os textos daqui são trabalhosos e infelizmente não tive tempo hábil para publicar algo. Eu sempre deixo algo engatilhado mas como bom nerd que sou, acabo indo mais a fundo nas pesquisas para melhorar o conteúdo e isso acaba estendendo um pouco a criação. Por tanto, se algum dia eu voltar a falhar “Don’t Panic” que logo mais eu estarei de volta!
Atualmente nos deparamos com inúmeros rótulos cervejeiros a disposição, cada um provindo de algum canto do mundo e trazendo estampado o seu nome, que muitas vezes para nós é algo impronunciável, tornando se um desafio pedi-los ao garçom.
Porém essa tarefa fica ainda mais difícil tratando se das cervejas Trapistas pois elas, em sua maioria, são belgas e a língua mais falada é o Vlaams (Flamengo) que é praticamente um dialeto do Holandês que por sua vez tem raízes na língua germânica!
Não irei destrinchar e explicar o que de fato é uma cerveja Trapista (apesar que isso era o plano) mas sim vou indicar que ouçam o podcast dos amigos do Cerveja Como São As Coisas. Assim como o BeerCast, o Cerveja CSAC se dedica a apresentar uma cerveja com a diferença que na sequência aborda algum tema nerd. Nesta semana, por coincidência, o assunto foi sobre as cervejas Trapistas e se você quer saber qual a diferença entre uma cerveja de Abadia e da Trapista, o porque você nunca tomou uma cerveja do estilo Trapista e como se tornar um monge cervejeiro, então ouça o programa.
Vamos hoje apenas nos concentrar em, tentar, aprender a pronunciar os nomes das cervejas Trapistas belgas; Chimay, Rochefort, Orval, Westmalle, Achel e Westvleteren.
Eu não falo Flamengo (nem torço pra eles, rs) mas pedi ajuda a Jean-Pierre Pirson, que é Belga erradicado no Brasil a muitos anos, que acima de tudo ama o seu país natal e tudo que provém dele, principalmente a cerveja. Tive o prazer de conhecê-lo numa palestra/degustação no ano passado, na Semana da Cerveja Belga, aonde ele demonstrou um pouco da cultura e costumes locais da Bélgica e deu aos presentes uma verdadeira aula sobre cervejas belgas. Ele não é um especialista mas sim um Zitólogo (estudioso da cerveja) e se dispôs a nós ajudar.
Aliás, a palavra Zitólogo ou Zitólogia provém de Zythum a cerveja do antigo Egito, como eu menciono no meu primeiro post, “Como vamos chamar esta dádiva?”, do site.
Infelizmente Jean-Pierre não conseguiu gravar um áudio para nós com a pronuncia por questões técnicas mas enviou a fonética simplificada. Por tanto os áudios aos quais serão redirecionados são de uma página dedicada a ensinar, de forma colaborativa, a pronúncia de palavras.
No primeiro link ouçam a pronúncia correta e no segundo o Google tradutor “repetindo a fonética em português”, vamos comparar.
Acredito que mesmo com a fonética estamos todos parecendo mais o Google tradutor falando, então o negócio é praticar ouvindo para ver se começa a sair certinho… apesar que o garçom vai continuar não entendendo o seu pedido!
Ainda não descobri se a região da Franconia, na Alemanha, com a sua cerveja Flinderer tem alguma ligação indireta (pelo menos na palavra) com a Westvleteren, como sugiro no post da “Zoigl, a estrela da Alquimia Cervejeira”, mas irei continuar a pesquisar.
Para quem tiver curiosidade de saber como é envelhecer uma Trapista poderá ler “O Cru e o Maltado” do amigo Alexandre Marcussi, que guardou cinco exemplares de Orval para ver sua evolução durante 5 anos.
(E obrigado pelos Peixes!)
Hahaha… o Lukita começa seu texto pedindo para o pessoal ouvir outro podcast sobre cerveja 😀 Valeu Lucas! Brincadeira, somos também camaradas do pessoal do Cerveja Como São As Coisas, eles fazem um trabalho bem legal! Excelente o post, vai ajudar muita gente a não passar vergonha na hora de conversar com o barman. Uma dúvida sobre o gráfico da Orval. Como alguém pode manter a mesma percepção sobre um sentido tão impreciso como o paladar num período de vários anos? Será que ele consegue perceber uma nuance de 1 ponto na escala de 0 a 10 em um intervalo grande?
Anselmo calma eu não pedi para o pessoal parar de ouvir o BeerCast rs… Apenas uma dica de complemento do meu assunto, os caras roubaram minha ideia vou fazer o que né…hahahaha, brincadeira.
Eu sinceramente não sei como ele montou o gráfico, se foi anotando ano a ano ou, o que eu acredito ser, ele pegou os 5 exemplares de uma só vez e fez uma degustação vertical. É sim possível perceber essas nuances em escala até menor de 1 ponto, pois há o que se chama de Threshold que é um nível mínimo que aromas podem ser percebidos e cada qual (pessoa e aroma) tem o seu limite de percepção.
Fazer um gráfico desse baseado só em degustação é muito subjetivo cara, será que não é possível associar essas características a elementos químicos presentes na cerveja?? Por exemplo, o corpo de uma cerveja não é questão de opinião, com um densímetro você consegue precisar sem duvida é qual cerveja é mais e qual é menos encorpada. Tenho certeza que as outras características da cerveja também estão diretamente ligadas a parâmetros físicos e químicos. Vou dar uma pesquisada!
Diogo de fato é subjetivo, não pode ser uma ciência exata mas é tudo uma questão de percepção. No caso do autor do gráfico, ele já possui muita experiência e um olfato bem treinado. Um mix dos sabores na língua, os aromas via nasal e retronasal e o tato percebido vão te dar essas sensibilidade de analise. Porém como você mesmo diz, as características da cerveja estão totalmente ligados a parâmetros físicos e químicos, pois você depende muito de estabilidade coloidal que por sua vez é dependente de formação de proteínas, do PH de água e muitos outros elementos envolvidos na produção. Além de tudo é claro da ação das leveduras no final do processo.
Lucas, para fazer a correlação correta ele deveria pegar 5 garrafas de uma mesma safra / lote e beber com os intervalor de tempo determinados.
Pegar 5 lotes pode causar muito mais variação do que a mudança de percepção com o passar do tempo.
E as caracteristicas fisicas podem ser medidas via laboratório… mas falar de percepção de dulçor, complexidade, breta…. estas coisas somente o olfato/paladar vai te dar.
Abç
Guzzon
Guzzon acredito que ele tenha sim pegado as garrafas de mesma safra/lote, é um cara bem experiente para ter dado um fora desses.
Muito bom, cara.
Adoro esses posts ensinando a pronúncia correta das cervejas. Já tinha alguma noção de flemish mas nunca tinha ouvido a pronúncia das trapistas (nem das que são da parte francesa da bélgica).
Parabéns pelo post, Luquita.
Abraço e vamos tomar uma dinamite pangaláctica.
Daniel
Valeu Daniel, espero ainda trazer mais algumas pronúncias para cá mas na verdade por mais que a gente aprenda é difícil de usar as palavras de forma correta, pq o resto do pessoal não te entende no final das contas. Rs… Abraços!
Nada mais justo que um post dedicado às trapistas! 🙂 Foi graças a uma chimay blue que descobri meu amor pela cerveja. Foi lindo, depois da tulipa já vazia, eu continuava enfiando o nariz e fungando o aroma maravilhoso dessa cerva, como um apaixonado faria com uma peça de roupa de sua amada que o deixou! Essas cervejas são realmente especiais! Não é atoa que estou com passagem comprada pra bruxelas pra passar as férias 😉
Olha que beleza Diogo, espero também um dia visitar a Bélgica e conhecer essas maravilhas direto da fonte viu! Abraços,
Ah, que legal que voltou. Senti falta semana passada.
Falei bastante tempo Ximei, que é uma cerveja que adoro muito, mas aprendi faz um tempo que era Ximé.
Das cervejas não tem o que falar, são maravilhosas.
Agora… como segura uma garrafa de Orval fechada 5 anos? hahaha
Eu não teria a minima chance de conseguir.
Ótimo texto, grande abraço Lucas.
Vinicius também não sei como conseguem manter tanto tempo uma garrafa fechada… aqui em casa 5 dias é muito rs.
Valeu e um Abraço!
Fala Lucas, blz? Muito bom o post, bem elucidativo, parabéns! Teria ajudado a gente na pronúncia na nossa gravação! Hahahaha… Abração.
Fala Fafá, bem vocês me ajudaram bastante fazendo a gravação rs, agora pelo menos sabem para uma próxima vez a pronúncia. Abraços…
Fala Luquita!
Gostei do artigo e notei que a pronuncia das cervejas é bem parecida com a escrita, a Westvleveren é um bom exemplo.
E sem essa de virar coluna quinzenal hein… rsrs
E achei gráfico de evolução da cerveja uma idéia sensacional… como tenho formação em exatas isso já me dei várias ideias interessantes… mas nada que eu consiga ver o resultado antes de alguns anos… rsrs
Abç
Guzzon
Fala Guzzon, para vc ver que as vezes é mais fácil do que parece e a gente se matando com a pronúncia das palavras. O gráfico realmente ficou muito bem sacado mas eu não sei se um dia vou conseguir fzr um rs.