Guerra Civil

Em 26 de outubro de 2001, o então presidente dos EUA George W. Bush, assinava o “Ato Patriótico”.

Essa lei, motivada pelos atentados de 11 de setembro e muito criticada por organizações de direitos humanos e juristas de todo o mundo, entre diversas medidas, dava poderes as agências de inteligência norte americanas para prender, interrogar e vigiar pessoas de qualquer nacionalidade sem autorização prévia da justiça.

E foi com inspiração na tragédia de 11 de setembro e na controversa lei do ato patriótico que em 2006 Mark Millar criou umas das principais sagas da Marvel: Guerra Civil.

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Nos quadrinhos, um vilão conhecido como Nitro se explode ao ser encurralado por um grupo inexperiente de heróis chamados de Novos Guerreiros, causando a morte de centenas de inocentes em uma área residencial dos EUA. Utilizando essa tragédia e o temor da população como justificativa, o governo dos EUA com o apoio do nosso amigo Tony Stark, implementa sansões urgentes aos chamados super humanos, criando uma lei de registro que obriga todos os seres dotados de poderes ou habilidades especiais revelem sua identidade, passem por treinamento militar e trabalhem única e exclusivamente sobre as ordens do estado. Quem não se adequasse a essa lei seria caçado e confinado em um prisão especialmente criada para super humanos, sendo privado de todos os seus direitos civis.

Devido a tudo que passou durante a segunda guerra mundial, o Capitão América começa a ver muitas semelhanças da lei de registro e da segregação dos super humanos, com os fatos ocorridos nos campos de concentração nazistas. Não enxergando outra opção, se opõem abertamente ao Homem de Ferro virando o líder da Resistência.

Apesar de todas as mudanças dos quadrinhos para o cinema, espero que toda essa tensão seja transmitida para as telas. Esse NERD subiu oficialmente no trem do HYPE. #TeamCapitain #TeamCap

Mas peraí! O que tudo isso tem a ver com a nossa cerveja gelada de cada dia?

Além de gerar muitas discussões enquanto bebemos, arrisco a dizer que estamos a beira de uma “guerra civil cervejística” em nosso mercado. De um lado as grandes e opressoras cervejarias tentando a todo custo dominar o mercado, fato agravado com o recente ocorrido no festival de cerveja artesanal de Blumenau, e do outro nossos micro cervejeiros, ideológicos, apaixonados e que foram e ainda são os principais responsáveis pela disseminação da cultura cervejística no Brasil e no mundo.

Mas nessa guerra quem está certo? De que lado você está?

Veja alguns argumentos prós e contras mais utilizados pelos dois lados:

 

Team Cervejarias – “Tony Stark”:

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Contras

  • Usa cereais não maltados, especialmente o milho (transgênico, na maior parte dos casos), para baratear a produção.
  • Pressiona pontos de venda para conseguir destaque ou monopólio nas vendas.
  • São acusadas de monopolizar as empresas de distribuição através de seu poder econômico. Adquiriram cervejarias artesanais ícones do movimento cervejeiro (Colorado e Wäls) e poderiam prejudicar a qualidade das cervejas.
  • Financiam campanhas políticas e fazem lobby para conseguir benefícios tributários em detrimento dos pequenos produtores.

Prós

  • Recentemente passaram a levar cervejas de estilos variados a pontos não abastecidos do país.
  • Abrem espaço para que cervejas diferentes das American Lagers sejam expostas aos consumidores comuns através de seu poder de divulgação na mídia de massa.
  • Produzem cervejas diferentes das American Lagers a um preço muitas vezes mais competitivos que as pequenas cervejarias artesanais.
  • Adquiriram cervejarias artesanais ícones do movimento cervejeiro (Colorado e Wäls) e devem melhorar seu preço e distribuição.

 

Team Micro Cervejeiros – “Capitão América”:

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Contras

  • Vendem cervejas não tão especiais a preços exagerados.
  • Elitizam o consumo criando a máxima “fazemos cerveja de qualidade”, mas atendendo apenas as classes A e B.
  • Não conseguem se unir em um movimento de classe em prol dos pequenos produtores (na visão dos próprios produtores).

Prós

  • Os produtores trouxeram a imensa variedade de estilos e sabores da cerveja aos consumidores brasileiros.
  • Foram fortemente responsável pela grande expansão de bares e empreendimentos cervejeiros nos últimos anos.
  • Está no caminho da produção inventiva e valoriza o produto nacional.

Todos possuem argumentos válidos e que sustentam seus pontos de vista, mas será que temos que nos dividir em dois lados? Acredito que com o diálogo e organização podemos encontrar um modelo de negócios que nos leve longe, e que toda a discussão sirva única e exclusivamente para enriquecer nosso mercado e não segregá-lo, fazendo com que mais produtos cheguem as prateleiras de todo o Brasil com preços justos e competitivos.

#TeamGrandesCervejarias #TeamMicroCervejeiros