Agora todos devem estar achando que o Luquita pirou total, vai falar de Skol… ou pior que isso, vai querer dizer que Skol tem história para contar?!?!?!
Pois é galera, a coluna de nerdices de hoje responde a essas e outras dúvidas! Vou mostrar que a história de “Sarah Kubitschek de Oliveira” (vulgo Skol, brincadeira…) não foi sempre baseada em fazer uma cerveja extremamente leve para que a sua história se apague da memória no dia seguinte, passando de “desce redonda” para “sai quadrada”.
Vamos começar pelo o que os brasileiros “sabem e/ou conhecem” sobre a Skol, que pra começo de conversa, vai muito além de inovação em termos de lata, latão, latinha, garrafinha, garrafão, bocão,…
A história fica mais bonita quando citado que a Skol foi a primeira no Brasil a lançar a cerveja em lata de folha-de-flandres (laminado composto por ferro e aço e revestido por estanho), depois em lata de alumínio e ajudou a padronizar uma embalagem long neck no país.
Graças a Cervejaria Rio Claro, fabricante da Caracu, a Skol chegou ao Brasil onde foi fabricada por um bom tempo e depois passou a fazer parte do domínio da Brahma e por consequência chegou a AB InBev.
As cervejarias Allied Breweries (UK), Labatt (CA), Pripps-bryggerierna (SWE) e Unibra (BEL), foram responsáveis por fundar a Skol International, com o objetivo de licenciar e produzir uma cerveja com escala e alcance mundial. Seu nome deriva da palavra sueca Skål (pronuncia-se Skol mesmo) e que significa “saúde”, a forma de brindar. A marca ainda pertence a seus donos originários, porem a Allied Breweries se fundiu com a cervejaria Carlsberg que detém a licença atual do nome e comercializa a cerveja no Reino Unido (onde ela já foi uma das mais vendidas e hoje é uma de baixo teor alcoólico), na África do Sul ela pertence a Unibra e na América do Sul a produção é da AB InBev, a Skol faz sucesso ainda em vários outros países Europeus.
O que poucos devem saber é que a história da marca pode ser contada a partir de uns 100 anos antes de sua criação oficial e que ela de fato é muito mais pioneira do que se imagina.
Em torno de 1898 a Samuel Allsopp & Sons, segunda maior das cervejarias de Burton (região famosa na Inglaterra pela sua água, que na época fazia diferença), estava com dificuldades para crescer no mercado local por falhas estratégicas de seus donos.
Algumas mudanças foram feitas e um novo presidente de empresa foi instituído. Por experiência e observações de viagens a Alemanha e EUA, imediatamente sugeriu que a empresa começasse a produzir cerveja do tipo Lager para gerar uma saída e rotatividade mais alta. Um sistema de fermentação mais rápido do que os usais, 2 a 4 meses, passando a fazer cerveja em até 14 dias também foi adotado. Porém mais uma vez o alto investimento em infraestrutura e um baixo rendimento não ajudaram a empresa a sair do buraco.
Foi quando em 1913, John Calder da Scottish brewer James Calder & Co de Alloa na Escócia, assumiu a presidência e a empresa finalmente conseguiu se reerguer. Durante vários anos a Allsopp’s Lager continuou sendo produzida até ser substituída pela Graham’s Golden Lager, após fusão com outra cervejaria.
Em meados de 1934 mais uma cervejaria foi incorporada a planta da Allsopp’s, a Ind Coope, a tornando a maior cervejaria do Reino Unido e mesmo no período pós guerra a Graham’s Lager continuava sendo uma das mais vendidas. Após outra incorporação de cervejarias em 1949, desta vez de uma Sueca e outra do Reino Unido, é lançado a nova marca Graham’s Skol Lager. A escolha do uso da palavra Skol foi para dar a ideia, da própria palavra, de brinde e difundir esta mundialmente e criar em torno disto uma campanha de marketing que na época foi bastante agressiva.
Sobre comando da Ind Coope em 1961, a fusão com outras 2 cervejarias do Reino Unido criou o que ficou conhecido como Allied Breweries e que permitiu que a cerveja Skol fosse ainda mais difundida no Reino Unido. Os planos da cervejaria previam um crescimento ainda maior e um alcance por toda Europa com a União Europeia, que não aconteceu porque o seu país foi barrado.
A partir disto, o diretor comercial da Ind Coope Robert Eades, formulou a ideia de uma cerveja internacional. Daí nascia a primeira cerveja a ser produzida com um único nome em países diferentes, com a mesma qualidade a ser testada e aprovada para todos e sobre comando repartido.
Assim voltamos a parte onde, a partir de 1958, a Labatt, Pripp e Unibra se unem para formar a Skol International. Já em 1967 Skol era produzida por 20 cervejarias em 14 países, incluindo Áustria, Austrália, Alemanha e Columbia. Eram muitos os locais reprovados nos testes de qualidade da Skol e que tinham sua produção negada, e em 1970 ela chegou no Brasil como um mega-investimento.
Hoje a marca é mais conhecida pelo seu sucesso aqui no Brasil, sendo que no Reino Unido é algo totalmente decaído e até tentou lançar variações de sua bebida, sem sucesso.
De bônus, fica para vocês um vídeo clipe de um cantor Sul Africano, Bill Clinton Kalonji, fazendo um merchandising ao estilo Carlinhos Brown da Skol deles.
Fontes: Zythophile e Wikipedia em inglês
Ninguem aqui assitiu o Seriado Vikins?
E agora tao falando que 50% (ou até) é milho!! Que enganaçao…
Desacordo totalmente da derivação da marca , os vikings já brindavam usando esta palavra
A SKOL foi fabricada nos arredores de Brasilia (Gama) por muito tempo
Lukita, muito bom! As primeiras cervejas enlatadas aqui no Brasil, novidade da SKOL, enferrujavam com certa facilidade. Principalmente, é claro, no litoral. O cara da barraca na Praia Grande não podia ficar vacilando pra vender, senão teria dificuldades pra convencer o cliente que aquilo não passaria tétano. Eu sei, porque sou dessa época!
Pô Anselmo, mas vc já fazia cerveja no antigo egito…rs
Fazia não, bebia!
E eu aqui pensando que SKOL significava Sarah Kubitschek de Oliveira hahaha
Brincadeira, sabia da palavra sueca, mas não sabia da história toda da cerveja. Muito bom!
Valeu Daniel e essa brincadeira do nome não poderia passar em branco né!
Muito bom Luquita!
Sempre nos presenteando com textos interessantes e enriquecedores.
Não sabia de toda essa rica história da Skol.
Parabéns!
Sinceramente eu só sabia da metade até fazer esse post…
Luquita, bom artigo. O texto desceu redondo… rsrsrs
Pena que, apesar da rica história da cerveja, ela se perdeu no meio do caminho para se tornar uma cerveja de faturamente rápido…
Abç
Guzzon
Pois é Guzzon, como muitas coisas que quando chegam ao Brasil se perdem e são banalizadas, né… rs
Olha isso hahaha
Aí sim fomos surpreendidos novamente.
Pra mim sempre tinha sido água como é hoje… E nem imaginava que vinha de outros países e… Caraca… Minha cabeça explodiu.
Valeu por trazer essas informações Lucas, vou até beber mais feliz no churrasco kk
Abraço.
Pelo menos lá no fundo podemos pensar, durante o churras, que estamos bebendo uma cerveja de qualidade…SQN.