Uma das experiências mais provocativas quando começamos a nos enveredar pelo mundo das cervejas especiais são as cervejas de fermentação selvagem. Quando eu comecei elas eram exclusivamente belgas e difíceis de achar e com um perfil sensorial que briga com o nosso senso comum a respeito do que é bom e saboroso. Com o tempo aprendemos a apreciar este estilo ao mesmo tempo que as cervejarias nacionais aprenderam a trabalhar com este tipo de fermentação. Hoje temos fermentações selvagens usando leveduras do nosso bioma e trazendo características do nosso terroir, mas reencontrar a Brettanomyces é sempre um apelo a nostalgia.
Vupabussu
Dados Técnicos:
Cerveja: Vupabussu
Estilo: Wild Ale
Teor: 7,2%
País de origem: Brasil
Embalagem: 375 ml
Nota: 3,50
Aparência: Cerveja amarela e levemente opaca. Espuma branca e abundante, com boa formação e longa duração.
Aroma: Encontramos notas de frutas amarelas e notas rústicas que remetem a feno, madeira molhada e couro. Em segundo plano temos leve presença cítrica e percepção de malte.
Paladar: Corpo médio e alta carbonatação. Enquanto que no paladar as notas de couro, feno e terroso são equilibradas pelas notas de frutas amarelas e todas sob uma percepção ácida bastante evidente e cítrica.
Aftertaste: Apesar das notas intensas no paladar, o aftertaste é rapidamente suavizado mantendo somente uma lembrança suave das notas selvagens e frutadas, mas mantendo a percepção de acidez e adstringência.
Harmonização: A Vapabussu tem muita personalidade e notas intensas no paladar. Minha sugestão é harmonizarmos com polenta mole com tutano, onde iremos salientar ainda mais os sabores do tutano com as notas selvagens da cerveja ao mesmo tempo que limpamos a untuosidade com a carbonatação.
Prost!
Fabrizio Guzzon