Esta semana vamos realizar mais um resgate as receitas que por pouco não foram esquecida, com a Köpenickiade.
A Köpenickiade é produzida pela Freigeist Bierkultur, uma cervejaria que já passou por esta coluna algumas vezes, quando falamos da Pimock, Geisterzug e da Hoppeditz. E assim como falamos na coluna da Hoppeditz, este é mais um caso onde a cervejaria resgata um estilo quase esquecido. Curiosamente estamos vendo o mercado cervejeiro alemão ser rejuvenescido por receitas antigas, que muitas vezes não cumprem a risca a Lei da Pureza.
E seguindo esta linha resgate a estes estilos o fundador da Freigeist, Sebastian Sauer, se uniu ao engenheiro quimico Fritz Wülfing para fundar a cervejaria The Monarch que tem como missão justamente resgatar antigas receitas que hoje estão praticamente esquecidas, ou até deixaram de ser fabricadas.
Neste caso estamos falando de uma Berliner Weisse, produzida com malte de espelta, uma variedade mais primitiva do trigo. E o nome é da cerveja é uma referência a uma lenda do século 19, onde um sapateiro disfarçado de militar prussiano conseguiu roubar o tesoura da cidade de Köpenickiade.
Köpenickiade
Dados Técnicos:
Cerveja: Köpenickiade
Estilo: Berliner Weisse
Teor: 3,5%
País de origem: Alemanha
Embalagem: 500 ml
Nota: 3,5
Quando servimos a Köpenickiade vemos um líquido amarelo claro e límpido ao inicio, mas logo após colocarmos o fermento acumulado no fundo da garrafa ele se torna dourado e turvo, com espuma branca, baixa e persistente.
No aroma somos apresentados a notas de malte, fermento, frutado com notas ácidas e láticas discretas em segundo plano.
Ao provarmos encontramos uma cerveja de corpo leve e média carbonatação, quanto que no paladar ela se apresenta marcante pelas notas azedas, mas ainda assim refrescante, com a presença do malte em segundo plano juntamente com as notas frutadas mais ao final da degustação.
No aftertaste a percepção ácida e azeda se mantém, juntamente com a refrescancia trazida pela carbonatação e tendo um final seco e levemente condimentado.
A Köpenickiade é uma cerveja inusitada, que surpreende pelas notas ácidas, azedas, frutadas e pela refrescancia que acompanha um alto drinkability.
Para a harmonização vamos trazer algo que esta Berliner Weisse não trouxe das Weiss presentes no mercado e vamos contrastar estas notas únicas da cerveja.
Para isso eu proponho bananas maduras, salpicadas de açúcar e canela e feitas na grelha. Vamos contrastar o dulçor da banana com as notas azedas da cerveja e usar o toque frutado da banana para criar um elo com as notas frutadas e discretas da cerveja.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Fala Guzzo, mais uma vez me deixando com água na boca cara. Adoro as ácidas e preciso tomar mais delas em 2016.
Isso que vc falou sobre resgatar receitas antigas alemãs vai ser muito interessante, pois lá já é conhecido por cada região ter a sua cerveja, então imagina quanta coisa morta não tem em micro ou sub regiões.
Abraços
Grande Luquita,
Estas brejas ácidas estão me ganhando tbm… Gose, Berliner Weisse, Sour… tenho provado sempre que posso e cada vez mais meu paladar tem se encontrado nestas brejas.
A questão do resgate de estilos é algo que devemos ficar de olho, como vc disse a Alemanha é conhecida pelos estilos regionais… mas quantos estilos não foram deixados de lado neste meio tempo… micro regiões, estilos que tinham variações dependendo da sub região ou até mesmo regiões que tinham dois ou mais estilos e acabaram ficando com somente um…
Acho que “Cast Raise Dead” nos estilos ainda vai trazer muita coisa boa para nós.
Abç
Guzzon
Sem dúvida muita coisa vai aparecer ainda, já vi várias vezes estilos que nunca ouvi falar e qdo pesquisei era de algum cervejeiro maluco da Alemanha.
Fala Guzzon!
As berliner weisse estão cada vez mais aparecendo (ou voltando), agora que o pessoal está descobrindo mais e mais as cervejas ácidas. É um estilo que me agrada muito pela refrescância, até mais que uma witbier eu diria.
Interessante o uso desse outro malte. Já vi algumas cervejarias usando, mas por aqui é bem difícil de encontrar.
Essa cerveja foi mais uma que mandaram logo depois que deixei de assinar o WBeer… doeu no coração quando vi elas chegando no mês seguinte hehe
É realmente curioso e até paradoxal a inovação pelo antigo. Resgatar o que já foi esquecido e apresentar novamente, às vezes com outra roupagem. É o que muito se faz no mundo da moda, não precisam inventar a roda pra fazer algo diferente, só abrir um livro de história.
Abraço!
Grande Daniel,
Tenho provado várias gose e berliner weisse estes dias, e o estilo mais azedo é uma opção muito interessante para este verão, são muito refrescantes e a adstringência tem uma pegada muito bacana para deixar o paladar limpo.
E essa ideia de resgatar estilos é uma sacada muito bacana… enquanto que temos, por exemplo, o mercado norte americano trabalhando em criar novas variações dos estilos que existem, vemos esta empresa alemã buscando receitas descontinuadas para movimentar o mercado. É uma iniciativa tão válida quanto desenvolver novas formulas.
Abç
Guzzon