Turista sofre! Tour cervejeiro Bélgica/Holanda – Parte 2: La Trappe e Achel

Fala galera!

No post de hoje vamos continuar o tour cervejeiro. Vamos pegar um carro, sair de Amsterdam e conhecer a La Trappe e a Achel.

Os lugares são demais… o problema é chegar até lá!

Se você perdeu o início da viagem é só clicar aqui e conferir.

Eu tinha escrito uma história sobre todos os perrengues que passamos pra alugar o carro, mas o texto já está bem grande então cortei. Basta dizer que turista sofre!

Então tá! Carro alugado, coloquei o endereço da La Trappe no GPS (Eindhovenseweg 3, 5056 RP Berkel-Enschot) e partimos.

Dica 1: pela informação que eu tive dos locais, o 3G de chips de celular pré-pagos comprados na Holanda, não funciona na Bélgica, e vice-versa.

Dica 2: antes e durante a viagem, busquei na internet (viva Wi-fi de hotel!) o endereço dos locais que iríamos visitar. Baixei um app chamado Navigator para Android (mas deve ter pra iOS também), que é um GPS offline grátis, você baixa os mapas dos países que quiser. Desativei o modo telefone do meu celular e usava ele somente com o GPS ligado. O programa não é perfeito, mas economiza uma grana boa com telefone, apps pagos, aparelhos de GPS, etc.

Dica 3: se você quiser ir de trem e ônibus para a La Trappe partindo de Amsterdam, o Anselmo fez um post excelente aqui ensinando a chegar lá, dando dicas e contando a experiência dele na La Trappe.

 

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Que diabos é Trappistenbrug???

Depois de mais ou menos 120 km, quase chegando no destino, demos de cara com uma placa amarela, essa aí da foto. “Afgesloten” eu até entendo do meu holandês precário que possa significar “fechado”. “Trappisten” obviamente é “trapezista“, mas o que é um “brug”?
Resposta: A ponte que levava ao mosteiro trapista de Koningshoeven, a.k.a. La Trappe, estava fechada até 02 de abril. Aliás, ela não existia!

Ficamos mais de meia hora indo pra lá, pra cá, olhando o mapa, parando em posto de gasolina pra perguntar e tudo e todos mandavam novamente pra ponte fechada.

No fim das contas analisei o mapa no celular e demos um jeito de atravessar o rio pela auto-estrada, sair no meio de uma zona rural, pegar uma estrada de chão meio estranha e finalmente chegamos no mosteiro!

It's a La Trappe!

It’s a La Trappe!

O local é muito legal. O mosteiro é gigante e recomento ir na primavera ou no outono, pois o jardim enorme deles deve ser ainda mais bonito com as folhagens cheias nas árvores e tudo mais e não vai estar tão quente quanto no verão.

Como a fome era grande fomos direto no restaurante e é por isso que precisávamos de dois motoristas, já que eu tomei uma La Trappe Dubbel, acompanhada de um ensopado de carne com dubbel no molho que é bom demais! A Taíse ficou na água e comeu um hambúrguer gigantesco e pelo que provei estava bom demais também!

Como o Anselmo já disse, lá no Proeflokaal a cerveja tem preço justo, mas a comida é um pouco mais cara que em outros lugares. Nessas horas vale justificar com o famoso “quando vamos voltar aqui?” e mandar ver.

Era domingo (22 de março) e a lojinha deles só abriria às 15h. Passeamos pelos jardins, fomos na capelinha, tiramos muita foto e matamos um tempo até a hora chegar. Acabamos não fazendo a visita, mas vimos um grupo caminhando lá por dentro e tirando foto de tudo, parecia legal.

Almoço na La Trappe.

Almoço na La Trappe.

Quando abriu a loja já tinha umas 10 pessoas lá dentro agoniadas pra comprar uma cerveja. Os monges produzem também queijo, chocolate e alguns outros congelados, geléias, etc. Além disso, tem muito artigo religioso como estátuas, medalhas. A Taíse comprou uma porção de medalhas e lembranças pra família dela e na hora de pagar o monge que estava no caixa (primeiro monge que vi por lá, diga-se de passagem) se ofereceu para benzer tudo. É bem legal ver um monge trapista fazendo uma bênção em holandês. Acho que aquelas medalhas ganharam alguns pontos a mais de proteção.

Eu saí de lá com uma La Trappe Bockbier e uma Puur (essa acho que só vende lá), que eram as duas deles que eu ainda não tinha tomado, um chocolate trapista – que é muito bom! – e alguns ímãs de geladeira.

Tínhamos que ir embora logo, pois a segunda parada do dia era a Achel (St. Benedictusabdij De Achelse Kluis – 5556 VE  Valkenswaard), já na Bélgica, a 55 km da La Trappe.

Fiscalização pesada nessa divisa.

Fiscalização pesada nessa divisa.

O engraçado é que para chegar lá, você só consegue pela Holanda. A pessoal tem que entrar na Holanda para ir num mosteiro belga. É bem inusitado. A divisa fica a uns 150 m da porta do mosteiro.

A abadia de São Benedito já aparenta ser mais simples e menor que o da La Trappe. Não tem visitação, não dá para entrar na igrejinha deles, nem nada, mas tem uma pequena vila anexa com um restaurante e que serve a cerveja deles, alguns lanches e vende souvenires (garanti meu copo ali).

Entrada do mosteiro de São Benedito (Achel).

Entrada do mosteiro de São Benedito (Achel).

A "vila" da Achel, com o restaurante ao fundo.

A “vila” da Achel, com o restaurante ao fundo, no canto direito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os tanques cheios de Achel. Quero!

Os tanques cheios de Achel. Quero!

A cervejaria deles fica ali no restaurante também. Tem apenas um vidro separando os pecadores do precioso líquido sagrado. Bem legal ver os tanques de fermentação deles de inox, nada diferente que a maioria das cervejarias e até bastante pequenos se comparados a outros que vimos. Mesmo assim foi o mais perto que chegamos de ver uma trapista em formação.

A área em que fica a abadia é muito bonita, numa zona rural, afastada da cidade e tinha bastante gente passeando por lá, considerando que era fora de temporada.

Saímos de lá, pois logo iria escurecer e não tem coisa pior que chegar numa cidade desconhecida à noite. O legal é que como os mosteiros em geral ficam em lugares mais isolados e cidades menores, o GPS nos mandava por estradas pequenas, passando pelo centro de várias cidadezinhas, por moinhos de vento, etc.

Será que o Dom Quixote passou por aqui?

Será que o Dom Quixote passou por aqui?

Partimos rumo à Liège, onde ficamos no hotel Best Western Univers (Rue des Guillemins 116, praticamente em frente à estação da cidade). Fiz a reserva da maior parte dos hoteis da viagem pelo Booking.com (jabá de graça, hein) e deu tudo certo. O hotel é bom e pagamos, com imposto, 61 euros pela diária e mais 10 pelo estacionamento do carro, que era o estacionamento da estação e que achei bem seguro.

Coloquei as cervejas fora da janela para gelar (isso é muito legal de fazer e deixa elas no ponto) e fechamos o dia estreando o copo novo da Achel com algumas cervejas compradas durante o dia.

No dia seguinte turistamos, viajamos… mas isso eu deixo pro próximo post, porque esse aqui já está gigante!

Aqui embaixo está um mapinha do trajeto que fizemos no dia e a lista das cervejas provadas. Espero que tenham gostado e até semana que vem!

Cervejas relacionadas

Rota total do dia.

Rota total do dia.

No Proeflokaal da La Trappe:

  •  La Trappe Dubbel (acho que era on tap)

No Achelste Kluis:

  • Achel Bruin

No hotel em Liège:

  • La Trappe Puur (belgian ale)
  • La Trappe Bockbier
  • Jupiler (pale lager)