Natal é uma comemoração cristã celebrada por diversos povos e presente também em outras religiões. A tradição cristã acolhe costumes de outras culturas, que se moldaram em uma única festa, e a cerveja tem o seu espaço nesta história.
No final de ano tudo é muito agitado para todos, assim está sendo para mim também e por este motivo a coluna “falhou” na semana passada ao não publicar nem sequer o Drops. Porém hoje vou entrar no clima Natalino e trazer um assunto que tem tudo haver, as cervejas de natal.
Você leitor deve imaginar que as cervejas de natal, ou tradicionalmente conhecidas como Christmas Beer, Christmas Ale, Weihnachts Bier, Weihnachts Ale, Winter Ale ou Winter Warmer, são jogadas de marketing para esta época do ano. Bom atualmente podemos dizer que sim, no conceito principal é aproveitar o momento, mas há uma história por traz deste tipo de cerveja sazonal.
O BJCP (Beer Judge Certification Program), um dos principais guias de estilos de cervejas, classifica as como sendo de Natal ou Inverno e sem uma regra básica de como ela deverá ser. Características comuns neste estilo são as que remetem ao Natal, com o uso de especiarias para lembrar biscoitos, bolos, pinheiro, frutas secas, etc. As cervejas podem ser Lagers ou Ales, tanto é a falta de regra, mas o único critério em que todos concordam é que ela deve possuir um teor alcoólico mais elevado para esquentar nos do frio.
A história das cervejas natalinas começa provavelmente bem antes do século 13, de onde surge o primeiro registro, com os Vikings que, antes da imposição do cristianismo, comemoravam o Jul ou Yule e como de costume ofereciam brindes aos seus deuses nórdicos. Mesmo após o advento do cristianismo os Vikings continuavam comemorando a sua festividade com a Julebryg e Juleøl, que significam cerveja de Jule (equivalente ao natal) e nos remetem a origem dos nomes da cerveja.
O Jul, assim como em muitas culturas pagãs, fazia parte da comemoração do solstício de inverno (a noite mais curta do inverno) e que por sua vez deu origem ao advento do natal.
A tradição Viking era tão forte que fazer sua própria cerveja de fim de ano era uma obrigação imposta por lei pelo Gualting, o grande poder legislativo da época. Os Vikings não nos deram somente a tradição de cervejas natalinas mas até o Papai Noel é uma variação de Odin, apesar da história dizer que ele foi inspirado em um arcebispo da Turquia, veja aqui.
Cervejas natalinas ficaram populares e começaram a ter suas versões em diversas escolas cervejeiras como na Belga, Alemã e Inglesa. Usualmente as cervejas natalinas eram versões mais alcoólicas e condimentadas de alguma cerveja já tradicional e bem aceita, re-lançadas no fim de ano como algo especial.
Apesar de ser um costume tão antigo apenas no século 17 a cerveja natalina ganhou fama no mercado mundial e incrivelmente apenas no século 19 os escandinavos voltaram a possuir essa tradição, mesmo que de forma mais comercial.
Uma das cervejas de natal mais famosas na atualidade é a Samichlaus que pertence atualmente a cervejaria Eggenberg e foi a cerveja escolhida por este que vós escreve no programa gravado com o Beercast.
A Samichlaus, que literalmente no idioma de sua origem significa São Nicolau ou Papai Noel em nossa tradição, inicia sua produção da cerveja uma vez por ano no dia 6 de Dezembro. A Samichlaus matura por aproximadamente 1 ano para que alcance seus 14% de abv, que um dia já lhe garantiu o título de Lager mais alcoólica do mundo, e somente ai é lançada para as festividades.
Então lembre, muito mais do que um estilo as cervejas de natal são uma tradição!
Fonte: Serious Eats, Wikipedia EN, All About Beer e Froth n Hops.
Como sempre o Luquita alimentando de conhecimento nos mentes famintas.
Agora com certeza darei mais moral as cervejas de natal.
Parabéns pelo trabalho e já aguardando o próximo post.
Fala Derly, valeu por comentar novamente e ter curtido. Estou agora mesmo editando o próximo post!
Grande Luquita,
Muito legal o tema, eu provei algumas cervejas de natal e coloquei na minha coluna.
Daniel e Anselmo, apesar da Sumeria ter lançado a Oivia IPAlito de natal como um session triple hop (que me agradou bastante), a Baden tem uma Christmas que é uma cerveja de trigo filtrada e leve, que combina perfeitamente com nosso clima, se ainda não provaram, eu aconselho.
Abç
Guzzon
Verdade Guzzon, havia me esquecido de Baden Baden. Só provei a Christmas uma vez e nem foi no natal, mas gostei bastante.
Bem lembrado Guzzon, mas ainda gosto de tomar uma Samichlaus rs…
Luquita, mas a Samichlaus é para dar um “suador” nessa temperatura que estamos…. rsrs
Abç
Guzzon
Interessante Luquita, não conhecia a parte Viking dessa história. Mas como escreveu o Daniel, pena que não combinam muito com nossa estação de Natal. As cervejarias por aqui deveriam tentar algo para o nosso clima como fez a Suméria (apesar que acho que IPA talvez não seja o melhor estilo pra isso). E também nesse artigo veio o momento que eu tanto esperava: garrafada do Luquita! O solstício de inverno é a noite mais longa do inverno e não a mais curta 😀
Putz olha ai, garrafada. É o dia mais curto ou a noite mais longa rs… misturei um pouco as coisas.
Vou deixar lá pra ter crédito pra vc, rs.
Obrigado! Difícil ter uma oportunidade dessas 😀
Fala Luquita!
Bom saber da história das cervejas de Natal.
O comparativo ali de Papai Noel e Odin eu já vi em algum lugar. É do Oatmeal?
Pena que pra nós, meridionais, as cervejas de Natal não se encaixem com o clima. Bom mesmo é tomar uma no inverno, mas aí já não estão tão frescas. Por outro lado, podem estar mais envelhecidas também.
E aí, qual o veredito?
Abraço!
Não ne lembro tb aonde foi o primeiro lugar que vi esse comparativo mas acho bem interessante. Lógico que não da pra afirmar se essa é realmente a origem mas a brincadeira é legal.
Acho q as cervejas de natal vão bem pra ceia mas realmente são mais gostosas no frio!