Festival Brasileiro da Cerveja 2017

Mais um ano passou e chegou aquela época esperada por 10 entre 10 cervejeiros no Brasil: o Festival Brasileiro da Cerveja.

LogoDiferentemente do ano passado, quando fui em todos os dias e trabalhei no estande da Mea Culpa, esse ano escolhi não trabalhar e também não ir no sábado. Compareci na 4a, 5a e 6a e vou contar o que achei da festa desse ano.

Chegamos em Blumenau na 4a pela tarde. Comemos o famoso pão com bolinho da Padaria Benkendorf e fizemos check-in no hotel. Um pouco antes das 19h estávamos no Parque Vila Germânica.

Fui direto na bilheteria comprar os ingressos para os 3 dias que iríamos, mas fui informado que só era possível comprar para o mesmo dia ali. Para comprar dos outros dias tínhamos que ir na bilheteria da Feira Brasileira da Cerveja. O motivo disso não sei, mas comprei o meu ingresso de 4a e fui lá na outra garantir o de 5a e 6a.

O famoso pão com bolinho

O famoso pão com bolinho

No primeiro dia, por ser dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, as mulheres entravam de graça no evento. Independente disso, os ingressos esse ano estavam custando 12 reais para 4a e 5a feira, 30 reais para 6a feira e 36 reais para o sábado, com direito ao copo de acrílico do evento. Os portões abriam às 19h, exceto no sábado, quando abriu a partir das 15h.

Quando abriram os portões nos deparamos com a Disney dos cervejeiros. A disposição dos estandes estava a mesma do ano passado, mas as cervejarias foram redistribuídas. Ou seja: mesmas ruas, novos endereços. Destaque para a criatividade e preocupação com a decoração de algumas cervejarias. A Krug Bier tinha um letreiro luminoso muito bonito; a Way Beer estava com uma decoração muito bonita; a Lohn Bier estava com um estande todo personalizado de madeira; a Sunset Brew com um estande bem decorado e bonito; e a Barco e a Mea Culpa tinham, ao invés de um balcão na frente do estande, vários barris de metal – tipo aqueles barris de óleo – e ficou bem criativo.

Estou escrevendo o post no sábado logo após chegar em casa, então não tenho os dados de público ainda. Mas a percepção foi de que esse ano muito mais gente compareceu já no primeiro dia. A quarta-feira estava bem mais cheia que o ano passado. Acho que o pessoal está ficando mais esperto e indo no primeiro dia para conseguir as cervejas campeãs e as mais requisitadas. Também deve pesar o preço mais salgado na 6a e no sábado e o fato de as mulheres entrarem de graça na 4a. Acho que tudo isso somou para o bom público já na estreia.

A foto clássica no pavilhão

A foto clássica no pavilhão

Ainda em relação ao público, na 5a feira a impressão é de que ele foi similar ao do dia anterior e na 6a, mais gente, como é de se esperar. Mesmo assim, com exceção do local de compra dos “ninkasi”, o dinheiro do evento, não haviam muitas filas. Nem no banheiro feminino, o que é raro. Obviamente a Bodebrown, a Tupiniquim e a Seasons estavam sempre cheias e pegar cerveja neles demorava um pouco mais, mas nada que atrapalhasse.

Esse ano não tivemos estandes de importadoras nem de cervejarias que pertencem a grandes conglomerados, o que significou que não pudemos beber as lambics belgas que haviam ano passado, nem Wäls, Eisenbahn e Colorado, por exemplo. Por conta disso, a cerveja vencedora best of show no concurso nacional, a Colorado Guanabara Wood Aged (a famosa Ithaca envelhecida em barril) não estava no evento.

Uma pena cervejarias como a Dogma e a Hocus Pocus não participarem do festival. A Weird Barrel também não veio este ano e fez falta. Em compensação, tivemos os estandes da Blumenau, RedCor e outras aparecendo pela primeira vez.

Passando pras cervejas, tomei muita coisa boa! Somando as que eu comprei e bebi dos amigos, tomei quase 120 cervejas diferentes em 3 noites. Foi uma maratona regada de muita sour, IPA, RIS e cervejas em madeira. Parece que cada vez mais as cervejas azedas estão conquistando o público. Destaque para as sours da Morada (Gasoline Sour), Way (com goiaba), Blumenau (Catharina Sour Maracujá), Lohn (Catharina Sour Bergamota), Suricato (Palessauro e Browntossauro), 2 Cabeças (Pink Lemonade), Bäcker (Julieta), Maniba (Red Meth), Bodebrown (Montfort Red Flanders) e Perro Libre (Sorachi Berliner). Todas muito fáceis de beber e que chamavam pra mais um copo.

Estande Way Beer

Estande Way Beer

Tomei excelentes IPAs também e as NEIPAs estrearam com força. A Daoravida (Minine), Maniba (Green Lube), Overhop (Hazy), Way (Sou Feia, Mas Tô na Moda), Mistura Clássica (Snake Attack), Verace (Uai So Serius), entre muitas outras, que estão fazendo IPAs e NEIPAs cada vez mais frescas e aromáticas.

As Imperial Stouts estavam dominando também. A Tupiniquim veio com a Pecã, a Mandala e outras. A DUM trouxe diversas variações da Petroleum. Mea Culpa trouxe a Luxúria na versão “normal” e envelhecida em barril. A lista é grande.

Outras cervejas que merecem destaque foram a Leopoldina Old Strong Ale, Dama Reserva 7, Asgard Dunkel (bem casca de pão), Caravan Ginger, as experimentais e lançamentos da Seasons (Loverboy, NEHS, Fã Coffee, Larica Monstro), Wensky Blackberry, Heilige Saison, Sunset Brew Saison… é muita coisa boa que merece ser citado.

O preço das cervejas variava bastante dependendo do estande e da disponibilidade delas. Haviam doses de 100/200/300ml por 3/5/7 ninkasi até 8/13/16 no estande da Resistência Cervejeira (Gauden/F#%*ING/Pagan/DUM/Tormenta), por exemplo. Algumas outras, como a Rockfest da Blondine, chegava a 20 ninkasi a dose de 100ml.

Falando em Blondine, eles levaram os refrigerantes também. Experimentamos um e gostamos bastante.

Cervejas e preços na Resistência Cervejeira

Cervejas e preços na Resistência Cervejeira

Assim como os outros anos, tivemos bandas tocando nos dois pavilhões e estilos dos mais variados. Samba, rock, blues, reggae, tinha para todos os gostos. Na 4a a banda Expresso Rural, que fez muito sucesso nos anos 80 em SC, fez um show sensacional que levantou o público. Outra banda que agitou foi a Vintage Cult com os hits dos anos 80/90 e que juntou bastante gente na frente do palco na 6a feira.

Mas ainda acho que o grande destaque da festa são os amigos. Sim, porque ficamos o ano inteiro interagindo por redes sociais com pessoas do Brasil todo. Instagram, Facebook… curtidas, comentários… E chega essa época em que podemos finalmente brindar e dar risada com todos esses amigos de longe. E cada vez mais amigos! Como é legal esse meio cervejeiro, quanta gente querida.

Aos amigos, à festa e à cerveja brasileira: SAÚDE!