Todo dia 08 de março é especial à mulher mas a verdade é que todo dia deve ser dedicado a elas. A coluna de nerdices cervejeiras vai falar desta vez sobre a importâncias das mulheres na história da cerveja, vamos descobrir o porque dos homens deverem a elas muito por esta dádiva líquida.
A coluna está atrasada em querer homenagear as mulheres no dia dedicado a elas e, como não existe isto de uma data em especial na minha opinião, vai falar sobre o envolvimento delas na história da cerveja e mostrar que esta visão deturpada de mulher não dever tomar cerveja é a maior besteira já dita.
Atualmente a sociedade está dedicada com o reconhecimento da mulher e sua colocação de igual com o homem. Na história, apesar da constante opressão, a mulher possui uma importância reconhecida junto a sua capacidade de cuidar da família e da casa. Está muito errado quem cogita que este fato a torne menos capaz ou que assim mereça menos respeito, a mulher conquistou o seu espaço na sociedade e demonstra sua habilidade em funções que antes só os homens realizavam.
A história demonstra que isto já era uma realidade muito antes dos movimentos pró mulheres existirem pois a cerveja sempre foi uma atividade de produção feminina. Já na antiga Suméria, considerada o berço da cerveja, o desenvolvimento da cerveja foi fruto do trabalho das mulheres pois estas eram responsáveis pelo cultivo e processamento dos grãos para obter alimentos. O homem desde a pré história caçava, batalhava, construía e protegia a família, de forma que a mulher fosse responsável por produzir cerveja.
Na Suméria a mulher cervejeira era conhecida como Sabtiem e assim como a fermentação, de processo desconhecido na época, era tida como possuindo um dom divino ao realizar o processo de transformar grãos e água na cerveja. A figura maternal da mulher, registrado na história, é em inúmeras vezes associada a produção de alimento, elevando a ao status de deusas e santas que foram homenageadas por prover a cerveja.
As mulheres dominava com excelência a técnica de produção da cerveja, tanto que esta passou a ser lucrativa para elas, conseguindo uma renda extra com a venda do excedente da sua produção familiar. O costume da população de ir a casa das cervejeiras para tomar de suas produções, em alguns países Europeus, deu início as primeira tabernas que vendiam cerveja e tradições como a Bride Ale (cerveja da noiva) servia para arrecadar dinheiro para o casamento.
A desvinculação da mulher com a cerveja aconteceu pelo fato da atividade de produção dar a elas uma independência financeira e conjugal. Desta forma em diversas culturas a mulher passou a ser proibida de realizar atividades comerciais, cabendo ao homem a atividade de produzir e vender cerveja. O advento da introdução do lúpulo na cerveja, e a introdução da “Bier” no lugar das Ale (que não continham lúpulo), colaborou com a retirada da mulher deste cenário pois a evolução na técnica de produção era confiada aos homens, que na teoria eram o únicos capazes de estudo e aprendizado.
A mulher perdeu espaço no mundo cervejeiro no século 18 e voltou a assumir uma importância a partir da primeira guerra mundial, onde o homem foi para a linha da frente da batalha e a mulher supria a tropa com sua cerveja. Graças a esta lenta e constante volta da mulher ao cenário cervejeiro atualmente possuímos um mercado repleto de profissionais femininas que exercem as suas atividades em todos os ramos da cerveja. Elas estão presentes desde a produção da cerveja, no desenvolvimento de tecnologia relacionada, na criação de receitas, na avaliação, na harmonização e na educação, ensinando a todos com maestria sobre a cerveja.
A posição machista da sociedade, formada de homens e mulheres, em dizer que elas não devem beber cerveja é totalmente erronia e sem fundamentos, imposta por medo da superação e independência feminina. Felizmente hoje esta visão está começando a mudar, baseado na história, podemos e devemos mostrar qual é a verdadeira participação delas no nosso dia a dia desde o princípio.
Mais um excelente texto Luquita! Um dia juntamos tudo e você publica o seu livro, o que acha? :D.
Seria bem legal uma hora a análise da posição da mulher no momento cervejeiro atual aqui no Brasil. O ambiente é bem masculino ainda, mas impressiona a quantidade de mulheres ocupando posições de destaque.
Boa Luquita, o cenário cervejeiro ainda tem muito para crescer e amadurecer e a cultura machista neste meio é um dos assuntos que tem muito para evoluir. Chega de preconceitos, comerciais de cerveja machistas e daquele papo que cerveja de mulher tem de ser doce!!
Parabéns pelo post 😉
Obrigado Lilian, é bom saber que consegui passar a mensagem de forma satisfatória.
Grande Luquita!
Ótimo post, e de fato vemos hoje que as mulheres tem interesse nesta campo de conhecimento, tanto eu quanto você fomos alunos da Katia no curso de sommelier, e ela é um exemplo fortíssimo da capacidade feminina neste campo, ela é uma sommelier e professora exepcional e apaixonada pelo que faz.
E para uma segunda coluna, citar a monja Hildegard von Bingen é legal. Afinal a inserção do lúpulo na cerveja é mérito dela.
Abç
Guzzon
Sim temos figuras femininas que merecem um post a parte e somos realmente cria de um exemplo a seguir!
Fala Luquita!
Belo post e queremos ver cada dia mais mulheres sommeliers, mestres cervejeiras, donas de cervejarias, de bares, etc…
Abraço!
Com ctz Daniel, o mercado precisa é de bons profissionais, não importa nenhuma classificação.