Dessa vez o tema são duas artes de uma cervejaria que investe em rótulos provocantes e criativos: a paulistana Urbana. As recentes La Sorciere, Belgian IPA com 7% de teor alcoólico, e a Trem Bão, uma Saison IPA em parceria com Wäls, tiverem o esforço de várias mãos e cérebros no desenvolvimento dos materiais gráficos.
O Alexander Braceiro, da Frix Propaganda, explicou que o processo de impressão dos rótulos é feito em uma máquina modular utilizando BOPP (trata-se de um tipo de papel e não tem nada a ver com o filme Tropa de Elite), tinta UV (tinta ultravioleta, ideal para o tipo de papel utilizado) e verniz fosco (que gera o brilho). Todos esses materiais e técnicas de impressão são adequados a rótulos que não estragam com água.
O Fernando Pieratti Bueno, que criou a ilustração para a La Sorciere, nos disse que a cerveja “foi inspirada em uma vizinha da antiga sede da Cervejaria Urbana, que era mãe de santo. O termo em francês mais próximo – língua escolhida por se tratar de uma Belgian IPA – se tornou nome do produto. A ilustração em 2D, cuidadosa e econômica na seleção de cores, é alusiva à escola Belga, cujos rótulos inspiram elegância e simplicidade.”
A La Sorciere foi uma cocriação entre a Frix e Pieratti. A Agência adicionou a ideia da Bruxa sumir e aparecer do rótulo, utilizando a aplicação de uma tinta especial, chamada termo-crômica.
A cerveja Trem Bão foi desenvolvida em parceria com a Wäls, produzida pela Blondine e mescla escolas diferentes utilizando maltes belgas e lúpulo francês. O Alexander explicou como foi o processo de desenvolvimento do rótulo:
“Na Frix não trabalhamos exatamente em duplas de criação, às vezes são 3 ou 4 pessoas para um brainstorm, incluindo um Diretor de Criação. Analisamos as características da cerveja para qual vamos criar o rótulo, depois possíveis associações e com isso vão surgindo nomes. Filtramos essa long list selecionando os 3 melhores. Então partimos para definir qual será o estilo de ilustração que mais se adéqua ao briefing, ao estilo da cerveja e ao nome criado.”
“Antes do processo final temos o rafe, onde vamos brevemente ilustrar a ideia, uma etapa que podemos descartar algum dos nomes por não ficar bacana no papel e selecionar outro. Nessa etapa podemos ver claramente as ideias que tem futuro, que chegarão em um belo rótulo.”
“Entregamos cerca de três opções de nomes e estilos gráficos diferentes, assim criamos um trabalho bem consistente para o rótulo.”
“Bom! Aqui criamos assim, apesar de ter um processo que já é pré definido pelo mercado, muitas vezes, até o atendimento participa do brainstorm.”
E pelo que vemos, funciona mesmo Alexander. Obrigado pela colaboração!
Anselmo,
Muito interessante a criação dos rotulos, o uso de materiais mais complexos como a tinta cromotérmica para “ocultar” informações do rotulo é uma ótima sacada, e um bom diferencial.
A Trembão eu provei no Degusta Ber & Food, mas era on tap e não tinha o rotulo disponível… agora vejo que ficou muito legal, só achei que o rotulo tem uma imagem que passa força, algo que a cerveja não tem… ela é bem suave, como é esperado para uma saison.
Abç
Guzzon
Muito bem colocado Guzzon. O nome é bem bom, o rótulo ficou bonito, mas a locomotiva passa algo muito pesado para esse estilo de cerveja.
Bem legais esses rótulos. É muito bom ver a criatividade do pessoal tomando forma e virando item de admiração pelos colecionadores de garrafas e rótulos.
Tenho reparado que os rótulos nacionais tem vindo impressos em materiais mais plásticos, não sei os termos corretos dos nomes dos papeis. São rótulos que certamente são mais resistentes à água e ao uso, mas que para retirar da garrafa pra coleção não ajudam muito.
Pegue uma Schneider Weisse, ou uma La Trappe, deixe de molho em água quente com um pouco de detergente e depois de alguns minutos você só precisará passar a mão por cima do rótulo – ele sai inteiro. É só deixar secar que está novo.
Com esse material que encontramos nas nossas cervejas, isso não dá pra fazer. Tem que puxar o adesivo pra descolar (cuidando pra não rasgar) e no fim você sai com um pequeno cone invertido, pois o ato de puxar faz o rótulo esticar e virar do avesso.
Mas blz, já divaguei demais. Se tudo fosse fácil não teria a mesma graça hehe
Abraço!
Daniel, o bom do BOPP é que aguenta bem a água e dá um acabamento meio brilhante, mas se tiver muita cola, alguns têm, é bem difícil de tirar sem estragar. Você coleciona? Guarda aonde, numa pasta ou algo assim?
Coleciono sim, mas meu foco principal são as tampinhas, que estão na minha geladeira.
Os rótulos estou guardando pra usar em algum projeto que ainda não decidi. Alguma colagem, quadro… aceito sugestões.
Olha só, não tomei ainda essa nova e não sabia do detalhe da bruxa, muito doido isso!
É um esquema parecido com aquela da Mikkeller da árvore e a outra das flores.
E da Skol hehe
Daniel…. vamos tentar manter o nivel…. hehehehehe
Bem lembrado! A SKOL tinha aquela imagem que ficava azul quando gelava. Que saudade 🙁