Bronson no Rio: bares, perrengues e boas cervejas.

Toda vez que surge uma oportunidade, a gente pede para os nossos amigos fazerem os seus relatos de viagem. Tudo para trazer informação cervejeira fresca e variada pra quem nos acompanha aqui. Há pouco tempo o Carlos Bronson, ouvinte e patrono do Beercast, saiu de São Paulo e passou dois dias no Rio a trabalho. Conheceu bares, passou perrengues cervejeiros, mas no final das contas se divertiu. Aí embaixo estão as dicas, rápidas, de viagem do Bronson.

Por, Carlos Bronson.

Salve, leitores do Beercast!

Na semana passada estive no Rio de Janeiro a trabalho. E, como não podia deixar de ser, aproveitei para conhecer novos bares cervejeiros e até mesmo fazer uma visita relâmpago (infelizmente) ao Rio Craft Beer Festival.

Na noite de quinta-feira fui a pé do hotel situado no bairro de Botafogo até o Botto Bar Botafogo (Rua Henrique de Novais, 55). Estava ansioso para conhecer esta filial do famoso bar da Praça da Bandeira, devido a quantidade de torneiras e variedade de chopp. Ao chegar lá, estava para começar um show no andar superior, mas optei por permanecer no térreo e me focar na cerveja. Porém, para minha frustração, das 55 torneiras só 7 estavam ativas e somente 5 estavam servindo chopp (outras duas estavam “sold out”, apesar do menu).

Botto Bar – On Tap

Botto Bar Botafogo

Botto Bar Botafogo

Além disso, o atendimento estava bem ruim (podem até usar a desculpa que rolava um show no andar de cima do bar, mas na boa, não se justifica). Para não perder viagem, tomei uma boa APA da Labirinto e caí fora. Antes, porém, conversei com a caixa, e ela disse que eles perdiam muitos barris de chopp que não eram consumidos em sua totalidade e venciam ou oxidavam ($$$ perdido). Por isso estão num processo de readaptação do bar para ter apenas uma dezena de torneiras e voltarem a oferecer chopp artesanal de primeira. Mas eu tenho minhas dúvidas… A filial da Barra já fechou, e o Leonardo Botto divulgou recentemente nas redes sociais que deixou a sociedade do Botto Bar em 2017 para se dedicar à Bottobier (ver abaixo).

Comunicado do Leonardo Botto

Vamos ver se o Botto Bar conseguirá se recuperar ou não…

Para não perder a noite, resolvi conhecer o Hocus Pocus DNA, bar da cervejaria carioca famosa por seus rótulos psicodélicos e estilos marcantes. O bar fica próximo do Botto Bar e fui a pé até ele. Interessante como as ruas de Botafogo ainda transmitem alguma segurança para se andar sozinho a noite. Há vários bares e restaurantes com movimento e você topa no máximo com moradores de rua.

O Hocus Pocus DNA estava lotado e tive de beber e comer em pé. Apesar disto, o atendimento é muito bom. O ambiente é ligeiramente pequeno, com mesas coletivas e balcões. E muita gente em pé na calçada. A decoração é bonita e remete aos rótulos da Hocus Pocus.

Hocus Pocus DNA

Hocus Pocus DNA

Aproveitei para me esbaldar com três excelente cervas: a Interstellar, uma American IPA com 7% de ABV e 80 IBU, a Magic Trap, uma Belgian Golden Strong Ale (8,5% ABV; 25 IBU) que achei um pouco oxidada (fim de barril?) e por último a fantástica Odyssey, uma NE Triple (!!!) IPA com 10% de ABV e 80 IBU, esta última lançada recentemente em colaboração com a Three Monkeys Beer. Fui também apresentado ao Bruno Mansur, que é um dos sócios da Hocus Pocus, e ele disse que está em tratativas com um distribuidor de São Paulo para disponibilizar chopp da Hocus Pocus nos bares da capital.

No dia seguinte, sexta-feira, aproveitei o intervalo entre o fim de uma reunião na Barra e o voo de volta para São Paulo para fazer uma visita relâmpago ao Rio Craft Beer Festival, que iria ter sua abertura às 14h. Almocei no restaurante ao lado do Clube Monte Líbano da Lagoa, local do festival, e às 13:50 já estava na fila aguardando (muito) ansiosamente a abertura do festival, pois meu voo para Sampa estava marcado para as 16:30 (para remarcar o voo, eu teria que deixar o fígado para a LATAM ). Mas, infelizmente, a abertura foi totalmente desorganizada. Na hora que cheguei na fila, ainda estavam finalizando os preparativos para a abertura e não havia prazo para abrir a casa. A fila foi aumentando, o pessoal ficando nervoso, mas só abriram as 15h!!!! Ou seja, teria apenas 30 minutos para aproveitar o que desse do festival (se arrependimento matasse…). Corri para o andar de cima para pegar o copo de vidro, pois já havia feito uma pré-carga no cartão eletrônico usado no evento para ganhar tempo. Mas, para piorar a situação, a equipe responsável pela entrega dos copos não sabia que quem comprou o ingresso já tinha direito ao copo e queria vender um novo, mas não tinha a máquina para cobrar o valor! Eu fui orientado a pegar um copo de plástico enquanto eles resolviam o problema e só uns 7 minutos depois eu voltei e peguei o copo do evento sem nada pagar, após um dos responsáveis do evento finalmente colocar ordem na casa.

Rio Craft Beer Festival

Rio Craft Beer Festival

Tive que maratonar o evento a toque de caixa, e, neste curto espaço de tempo, “só” consegui provar (sem degustar muito, pois tive que ser rápido!) as seguintes brejas: I’m So Sour e a I’m So Old Sour da Three Monkeys, Ponta Cabeça da 2Cabeças, Dark Enemy da Infected Brewing Co, Hell Ride da Mohave, Big Sur da Croma, e por fim a Quebra-Cabeça II da 3Cariocas, que finalizei dentro do Uber a caminho do aeroporto.

Fica a dica para eventos futuros que não sejam aqueles em que se paga um preço único e bebe-se à vontade: não chegue na hora de abertura do evento! Espere no mínimo 1h da abertura para não se frustrar como eu. E evite fazer uma loucura como eu fiz, de ir ao festival sem ter várias horas livres para aproveitá-lo!!