Esta semana vamos falar de uma cerveja tradicional, mas que enxerga o futuro, a Nostradamus.
Antes de seguir, vale a pena dizer que a cervejaria Dortmund também tem um rótulo chamado Nostradamus, mas hoje iremos falar da cerveja produzida pela Brasserie Caracole.
A história desta cervejaria se inicia em 1766, e com o nome de Brasserie Moussoux que era o nome da família fundadora, em 1939 um tempestade causou e desabamento de chaminés e isso fechou a cervejaria, porem em 1941 ela é adquirida e reaberta pela família Lamotte e ela passa a se chamar Brasserie Lamotte e segue em funcionamento até 1971. E em 1994 é rebatizada de Brasserie Caracole pelos mestres cervejeiros Jean-Pierre Debras e François Tonglet.
Um fato curioso é que a cervejaria ainda mantem as suas panelas sendo aquecidas a lenha para a produção de cerveja, e as garrafas são armazenadas nas adegas da cervejaria e somente quando serão comercializadas é que recebem a rotulagem que ainda é manual.
Nostradamus
Cerveja: Nostradamus
Estilo: Belgian Dark Strong Ale
Teor: 9,0%
País de origem: Belgica
Embalagem: 330 ml
Quando servimos a Nostradamus encontramos um líquido marrom escuro totalmente opaco com espuma bege e de boa formação.
A cerveja apresenta uma complexidade de aromas que surpreende, trazendo notas de fermento, malte torrado, casca de pão, notas de frutas escuras como ameixas e jabuticaba além de notas licorosas e um leve amadeirado.
Ao provarmos a Nostradamus encontramos uma cerveja de corpo alto e carbonatação média, enquanto que no paladar encontramos o mesmo patamar de complexidade que no aroma, com a percepção de caramelo, baunilha, frutas escuras como ameixa, notas licorosas e maltadas, mas ainda assim com a presença de um amargor mediano e muito bem inserido.
O aftertaste trás aquecimento por conta do álcool, mas sem se fazer presente no paladar, além de notas frutadas, licorosas e um final levemente picante.
A Nostradamus é uma cerveja complexa, alcoólica e com notas frutadas, com um final inesperadamente picante.
Para a harmonização vou sugerir umas das opções que mais me surpreendeu para o estilo Belgian Dark Strong Ale, ou Barley Wine, quando estava no curso de sommelier.
Proponho para a Nostradamus uma harmonização com trufas de chocolate. A combinação do ganache do interior da trufa com as notas frutadas e alcoólicas da cerveja irão intensificar a percepção alcoólica e das notas frutadas e trazer a sensação que você esta provando um bombom de licor.
Prost!
Fabrizio Guzzon
Adoro essas histórias de cervejaria, Guzzon. Claro que no passado todas as panelas deviam ser aquecidas a lenha, mas hoje é curioso. Como será que eles conseguem controlar com precisão as temperaturas? Muito bom o post.
Grande Anselmo,
Eu achei o uso de lenha nas panelas algo muito curioso tambem, e imagino que as panelas ainda tenham marcadores de pressão e temperatura que acompanhem o processo. O controle como vc disse que deve ser o mais díficil, então imagino que deva ser algo no estilo “saber por experiência”… os caras sabem pela cor do fogo, ou pelo barulho da panela ou algo assim… pelo menos imaginar desta forma é muito mais legal… rsrsrs
Abç
Guzzon
E aí Guzzon!
Acho que já ouvi falar dessa cervejaria, mas não conhecia essa história toda. 3 cervejarias no mesmo prédio! Espero que dessa vez não fechem mais.
Esse estilo me agrada muito e fiquei muito curioso com a harmonização. Realmente a trufa deve potencializar a sensação de álcool e lembrar um bombom de licor. Vou me lembrar disso a próxima vez que provar uma do estilo.
Abraço!
Grande Daniel,
A historia da cervejaria é bem interessante… alguns séculos de história sendo administrada por diferentes familias.
E a opção de harmonizar com trufa eu aprendi no curso, e fiquei muito surpreso com o resultado. Não é algo que eu iria imaginar, mas que funciona muito bem.
Abç
Guzzon