Boa Cerveja-Feira #174…. Tripel Bier Wild

Esta semana vamos ter uma experiência selvagem e marcante com a Tripel Bier Wild.

Esta cerveja é fabricada pela cervejaria belga De Halve Mann, localizada em Brugges e fundada em 1856. As duas principais cervejas é a Brugse Zot nas versões Blond Ale e Dubbel, e a Straffe Hendrik nas versões Tripel e Quadrupel. As cervejas chegaram no Brasil no inicio de 2016, somente com os quatro rótulos citados, hoje temos alguns outros disponíveis, como a Tripel Bier Wild e a Heritage.

Uma curiosidade é que o termo Brugse Zot vem de uma referência a monarquia que tratava a população de Brugges como louca e por isso o rótulo tem o desenho de um bobo da corte.

Outra curiosidade é que a De Halve Mann é a única cervejaria que existe no centro da cidade de Brugges, mesmo tendo sua planta mais robusta fora a cidade e para evitar o transito de caminhões de carga no centro da cidade a cervejaria está criando o primeiro cervejoduto, de forma a cortar o transporte terrestre da cerveja e passando a alimentar a cervejaria do centro da cidade via tubulações.

Tripel Bier Wild

Dados Técnicos:

Cerveja: Tripel Bier Wild
Estilo: Tripel
Teor: 9,0%
País de origem: Bélgica
Embalagem: 330 ml
Nota: 4,00

Assim que servimos vemos que a Tripel Bier Wild é uma cerveja em tom dourado claro, com nuaces rubi e uma espuma abundante, com bolhas um pouco grandes mas bastante persistente.

No aroma notamos malte discretas e notas selvagens evidentes com percepção de couro, estábulo e um toque azedo. Em segundo plano encontramos a percepção de frutado com notas de damasco e ameixa presentes ao final do aroma.

Ao provarmos vemos que a Tripel Bier Wild é uma cerveja de corpo baixo e alta carbonatação, enquanto que o paladar é dominado pela presença da Brettanomyces, notas que transitam entre o salgado e o selvagem, trazendo notas bastante presentes de couro, suor e um amargor herbal e rústico persistente.

No aftertaste vemos as notas herbais levemente amargas e com toque salgado bastante discreto.

A Tripel Bier Wild traz o uso da Bretanomyces como a muito tempo eu não via, sem usar como pano de fundo e sim como a protagonista da cerveja. As notas selvagens são donas dos sentidos, transformando a cerveja em um exemplo daquilo que é uma cerveja selvagem, mas ainda tendo como pano de fundo uma tripel. Para se ter uma proporção da força das notas selvagens, esta foi uma cerveja que demorei mais de trinta minutos para consumir uma garrafa.

Criar uma proposta de harmonização para esta cerveja não foi uma tarefa simples, a cerveja tem uma personalidade forte e notas selvagens muito evidentes.

Minha proposta é harmonizar esta cerveja com carne de capivara, o sabor forte e salgado da carne de capivara não será atropelado pela força desta cerveja e ainda salientará as notas levemente salgadas da cerveja e o seu sabor forte irá compor o sabor juntamente com o sabor selvagem da cerveja.

Prost!

Fabrizio Guzzon